Como fazer um filme sobre amor verdadeiro
Terminando um filme.
O beijo tornou-se quente e apressado. Soltaram-se apenas por estarem sem fôlego. Ainda abraçada em Janeth, Audrey foi empurrando a morena em direção a cama.
- Espera. Você não acha que está indo muito rápido? – Perguntou Janeth parando a ruiva.
- Como assim? Já fizemos isso antes.
- Eu não digo isso. Falo dessa sua declaração repentina.
- Você não gostou?
- Eu gostei, mas...
- Mas...?
- Não acha que está sendo um pouco precipitada?
- Precipitada por quê? – Audrey sentou na cama. Ela não estava entendendo a preocupação de Janeth.
- Não tem nem vinte e quatro horas que ficou sabendo que te amo, como pode ter certeza? Até antes de ontem você tinha namorado! – Janeth sentou ao lado de Audrey.
- Mas eu terminei! Depois que te conheci, não sentia mais vontade de estar com ele. – Admitiu.
- Não entendo... Você é tão hetero... Como se apaixonou por mim do nada? Será que não é só curiosidade sua?
- Como pode ser curiosidade se toda vez que me tocas sinto meu corpo queimar?
- ...
- Se fosse curiosidade, já me sentiria satisfeita com as cenas que gravamos. E ambas sabemos que aquela cena de sexo não foi bem uma cena!
- Sobre isso, eu não... consegui me controlar.
- Eu queria que você me tocasse e usei a cena como pretexto.
- O quê?!
- Eu quero você há muito tempo, só não conseguia admitir isso a mim mesma. Eu não queria acreditar que eu amo uma mulher, mas não uma qualquer, eu amo você. – Disse tocando nas mãos da morena.
- Audrey... eu.. – Sem ter o que dizer, Janeth beijou a ruiva. Estava transbordando de felicidade. – Vamos dormir? Temos que voltar amanhã.
- Sim. – As duas foram para debaixo dos lençóis. Até tentaram se divertir por lá, mas estavam cansadas de mais para conseguirem terminar alguma coisa. Ao acordarem, trocaram mais uns beijos e levantaram. Tinham que sair cedo para chegar à Grécia a tempo de descansarem para voltarem ao trabalho na segunda.
- Bom dia! – Disse Karen com um prato de frutas a mão. Lis estava ao seu lado.
- Bom dia. – Responderam Janeth e Audrey ao mesmo tempo.
- A noite foi boa? – Perguntou Lis com um sorriso.
- Por que pergunta? – Audrey não entendeu o sorriso sacana no rosto da amiga.
- Ontem você não estava com essa cara. – Respondeu Karen.
- Que cara? – Audrey ainda não tinha entendido. Janeth corou ligeiramente e sentou-se a mesa.
- Cara de boba apaixonada. – Disse Lis. Audrey ficou da cor de seu cabelo.
- Ééééééé! – Concordou Karen.
- Que horas vocês vão? – Perguntou Lis, mudando de assunto para não deixar a amiga mais colorida.
- Se não se importam, gostaríamos de ir depois do café. Quero ir mais devagar. – Respondeu Janeth, servindo-se das frutas.
- É cedo, mas entendo. È uma grande distancia a se percorrer. – Falou Lis tomando um copo de suco.
- Sim. Pelo menos estou descansada. – Comentou Janeth. Audrey não falou durante o café, mas as outras continuaram conversando animadamente, nem pareciam ter se conhecido na noite anterior.
Assim que terminaram de comer, arrumaram as coisas e partiram. Ficou a promessa de voltarem assim que as gravações terminarem. Só quando pararam para almoçar Audrey foi capaz de dizer algo.
- Está tão na cara assim? – Perguntou Audrey olhando-se no espelho do banheiro do restaurante.
- O que? – Perguntou Janeth já estava dirigindo a tanto tempo em silencio q sua mente estava vazia.
- Que eu estou com cara de boba apaixonada.. – Audrey olhava a morena como se estivesse sentida com aquilo.
- Para mim não importa. Você é linda de qualquer jeito. Eu te amo, não importa a cara que tenha. – Disse Janeth com um sorriso doce, se aproximando. E Audrey adiantou-se em beijar sua amada. Sim, amada. Agora ela aceitava esse fato tranquilamente.
- Você tem razão, tenho que parar de me preocupar com coisas inúteis. – Janeth sorriu e saíram de mãos dadas do banheiro. O almoço foi tranqüilo. As pessoas não as incomodaram, às vezes vinha alguém pedir um autógrafo, mas isso não é incomodo. De volta a estrada, Audrey estava mais animada para falar e não dormiu. Ela queria ficar acordada para ficar olhando Janeth até cansar e não se achar uma esquisita por olhar outra mulher daquele jeito.
Chegaram a Grécia já a noite, mas não tarde. Encontraram Luci no saguão do hotel, conversando com Todd e Ray. Assim que viu o casal se aproximar, Luci perguntou:
- Como foi a viagem? – Seu sorriso revelava segundas intenções.
- Foi boa. Tirando alguns detalhes... – Respondeu Janeth.
- Rever minha amiga foi ótimo. – Disse Audrey com sorriso.
- Liguei para o hotel lá em Berlin, mas o recepcionista disse que não estavam lá. – Comentou o diretor.
- O hotel! – Exclamou Janeth batendo a palma da mão na testa. – Esqueci de ligar para avisar que não conseguiríamos chegar a tempo.
- Tudo bem. – Disse uma voz masculina desconhecida. – Como não chegaram, minha filha ficou com a reserva.
- Senhor Montagu! – Disse Luci. – Meninas, esse é o proprietário do hotel. Os rapazes aqui já o conhecem.
- Muito prazer. – Disseram em uníssono.
- Sinto muito. – Repetiu Janeth.
- Já disse que não tem problema. – Deu um sorriso simpático. – Com licença, tenho que resolver uns problemas. – E se retirou.
- Luci, nós também vamos nos retirar. – Anunciou Audrey.
- Estamos viajando o dia inteiro. Precisamos de um banho. – Continuou Janeth.
- Certo. Até mais então. – E Luci observou o casal ir em direção ao elevador de mãos dadas com um sorriso vitorioso nos lábios.
Não é preciso dizer que realizaram o secreto desejo de tomarem banho juntas, entre outras coisas. O cansaço não lhes permitiu descer. Nem se deram ao trabalho de vestirem roupas. Sabiam que a cena que fariam pela manhã era na banheira, então se não tiver marcas de roupas melhor. Tentaram não fazer nada embaixo dos lençóis, mas o contato de suas peles lhes causava arrepios. Janeth subiu uma das mãos pela coxa de Audrey, que estremeceu. A mesma parou um pouco abaixo dos seios da ruiva. “Jane...” gemeu. Ela não ia conseguir desvencilhar-se das carícias da morena. Não queria. Ansiava por cada toque da outra. Audrey virou-se e beijou Janeth como se fosse a última vez que o faria. As mãos tornaram-se apressadas. No fim, não dormiram a noite.
Janeth estava deleitada com o fato de seu amor ser recíproco. Mas algumas dúvidas ainda rondavam sua cabeça. Audrey queria que aquele relacionamento ficasse só entre elas, ou não se importaria em demonstrar a todos? Será que ela seria capaz de sair do armário? Entre muitas outras coisas. Como sempre, Audrey era a última a chegar no set. Encontrou Janeth na banheira absorta em seus pensamentos. Sem que a morena percebesse a abraçou por traz. A outra se assustou, mas relaxou quando viu quem era. A ruiva deu um sorriso e beijou o pescoço de sua amada. “Há quanto tempo... Estava com saudades.” Sussurrou Audrey ao pé do ouvido da que abraçava, que estremeceu. Não deu tempo para mais muita coisa, porque Luci já veio ando as instruções da cena. Esta era uma em que Sophie aproveita uns momentos com Kátia sem se preocupar com nada. Não existia marido naquela hora e ela não se dava conta dos sentimentos que estavam surgindo.
- Por que continua vindo aqui Sophie? – Perguntou Kátia depois de um longo beijo.
- Eu... Por que faz perguntas difíceis? – Retrucou Sophie se aproximando mais da grega.
- Eh... – Kátia fez uma expressão preocupada e... Janeth esquecera a fala. Ao se dar conta disso, fez uma careta.
- Huahauhauhau! – Riu Audrey.
- Não ria! Huahauhau! Luci, de novo! – E voltou a expressão séria, mas a ruiva viu algo mais nela. Janeth tinha que perguntar ‘aquilo’, ela queria. – Eh... quer namorar comigo, Rey? – Janeth sabia que o que Audrey mais queria era ser chamada pelo seu apelido carinhoso. A ruiva ficou estática, não acreditava no que acabara de acontecer. Alguns ali ficaram estarrecidos com tal pedido, outros não se importaram tanto, já Luci abriu um sorriso vitorioso, que ninguém percebeu.
- Eu... Aceito! – E pulou em cima da morena, dando-lhe um beijo. Aí sim, todos ficaram atordoados, cada um com seus motivos.
Capítulo 29 – Fim
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