sábado, 13 de julho de 2013

[Original - Em capítulos] Meeting at a bar | Parte 1

Venho trazer algo novo! Não garanto fazer o update com frequência, mas terminarei o/
Classificação: 16 anos.
Gênero: Yuri, romance, escola, amizade.
Sinopse: Karina muda de cidade e lá encontra um bar exótico. Mas sua primeira amizade na cidade pode acabar se tornando algo inesperado.


Meeting at a bar

Parte 1

Assim que terminei o ano letivo, meus pais resolveram se mudar. Na verdade, já estava tudo certo para a mudança. Eles só tiveram a decência de esperar eu ser oficialmente reprovada antes de partirmos. Tudo que digo é: eu era uma adolescente meio revoltada e acabei ficando um tempo num hospital e perdi muitas aulas.

Nossa casa nova ate que era bem aconchegante. Quatro quartos, uma cozinha enorme, sala com dois ambientes, escritório para meu pai, uma piscina de formato meio indecifrável com churrasqueira, um a área coberta e um quintal verde. Sem contar com a dependência de empregada. Já deu pra perceber que meus pais são ricos. Então eu só poderia ser matriculada na escola mais cara da cidade, pois isso é sinal de qualidade. É o que eles pensam. Mas eu nem sabia qual era o nome da escola que se encaixava nesse perfil. Não me interessava, só queria saber desse assunto quando ele realmente fosse inadiável.

Passei os três primeiros dias arrumando o quarto para que parecesse meu. No quarto dia saí para uma caminhada matinal. A vizinhança era calma, como o esperado de um bairro de gente rica. Mas em quarenta minutos de caminhada eu estava surpreendentemente no centro da cidade. Isso era bom. O dia que eu quisesse sair a noite não teria problemas em voltar sozinha.  Aproveitei para conhecer as atrações do núcleo da cidade. Muito de tudo e de nada e um cinema. Menos mal. Resolvi voltar. A vinte minutos de casa, vi uma porta peculiar. Lembrava porta de tavernas do século XVIII. Recanto dos esquecidos era o que estava entalhado na porta. Bem abaixo havia escrito: 22hrs. Isso despertara minha curiosidade e o único jeito era voltar as dez.

Satisfeita com minha descoberta, passei o resto do dia cantarolando. O que causou certo espanto aos meus pais. As dez em ponto saí de casa dizendo que ia dar uma volta. Acho que ficaram preocupados, mas não me impediram de sair. A noite vinha com uma brisa gelada que chegava a arrepiar a espinha. Caminhei tranqüilamente os vinte minutos que me separavam daquela porta curiosa. Havia duas tochas, uma em cada lateral da porta agora aberta. Ela dava para um pequeno corredor que terminava em uma portinhola. A cada passo que dava em sua direção, meu coração acelerava de excitação.

Ao passar pela portinhola, me deparei com um ambiente de iluminação media e decoração rústica. Era um ligar diferente de tudo que eu já tinha visto. Musica num estilo medieval tocava ao fundo, mas de forma alguma provocava sonolência. Fiquei surpresa com o número de pessoas presentes no bar, mas preferi não prestar atenção nelas. Fui direto para o balcão do bar e pedi uma taça de vinho só para combinar com o lugar.  O cara grande, gordo e barbudo do outro lado fez cara feia, mas me entregou a bebida em uma taça de metal.

Voltei a reparar a minha volta e meu olhar acabou se cruzando com o de uma mulher que achei magnífica. Nossos olhares permaneceram um no outro até nos aproximarmos automaticamente. Ela também estava ao balcão. Sorrimos uma para a outra. Ela tinha um sorriso lindo. Tinha nariz fino e olhos de um azul gelo impressionantes, apesar da pele temperada. Cabelos castanho acobreados emolduravam-lhe o rosto em duas tranças. Vestia saia e tomara que caia. Não quis reparar em seu sapato. Queria alguém pra conversar e não pra seduzir, então puxei o assunto.

- Boa noite. Poderia me recomendar um aperitivo para a bebida? - Perguntei simpática e sem segundas intenções. Mesmo assim, não consegui tirar os olhos dela.

- Queijo. Sugiro provolone. - Respondeu serena. - Um dos meus favoritos. - Acrescentou com um sorriso de canto de boca.

- Adoro queijo. - Não estava conseguindo não flertar e ela não estava avisando. Verei para o tiozão e pedi. - Uma porção de provolone, por favor.

- Victor. - Disse a mulher ao meu lado.

- Seu nome é Victor? Que máximo! Seria muito legal se você estivesse criando um ser feito de partes humanas nas horas vagas! - Saiu sem querer, mas foi de coração. Mas adoro esse personagem. O envolvido em questão riu e agradeceu o elogio(?). E a mulher ficou me olhando de forma curiosa. Será que a assustei?

- Adoro Frankenstein também! É uma literatura bem tensa, mas é ótima! - Nossa! Hoje em dia ainda tem gente que conhece esse livro?! Que não acha que é apenas filme de terror batido. Ela estava toda animada.

- Sim! Adoro o estilo da autora. - Respondi com igual entusiasmo. Com isso, ficou claro que passaríamos a noite falando de literatura. Não tardou e a porção de provolone chegou. E não demorou muito a acabar. Então pedimos mais uma dose e mais uma porção. E assim seguiu de fato até o clarear do dia. Victor gentilmente nos avisou que já estava quase na hora de fechar. Pagamos nossas contas, onde eu insisto por pagar as porções. Ela não estava em muito boas condições para me negar isso. Fazendo uma analise interna, nem tontura sentia. É isso que faz um coma alcoólico em uma pessoa. Já a mulher parecia que ficaria completamente tonta se andasse ate a porta. O que era irônico porque ela parecia ser mais velha que eu. Adoro quando estou certa. Antes mesmo de chegarmos a porta, ela se apoiou em mim. Por estar tão perto, pude sentir seu cheiro misturado ao do vinho. Respirei fundo e contei ate dez. Não era justo me aproveitar de uma pessoa bêbada.

- Então, onde você mora? Vou te acompanhar porque você não está em condições de ir sozinha.

- Moro pra lá. Num condomínio. - Apontou para a direção de minha casa. Será que ela mora perto de mim? - É nessa rua mesmo... - Sua voz estava meio inconstante. Se ela não apagasse, me diria qual era o condomínio. Caminhei a direção de casa tentando mantê-la acordada com conversa. A dez minutos de caminhada aproximadamente, avistei um condomínio de esquina com a rua que eu dobrava pra ir pra casa. Já em frente, anunciou ser onde morava e agradeceu.

- De nada... Como se chama? - Só então me dei conta de que passamos a noite conversando sem termos nos apresentado.

- Elizabeth. - Gosto desse nome. Sorri.

- Muito prazer, Liza. Me chamo Karina, mas duvido que se lembre quando acordar. Precisa de ajuda pra entrar?

- Não precisa, obrigada, Rin. - Gostei do apelido, só não sei de onde ela o tirou.

- Certo. Bom dia então. - Coloquei levemente uma mão em seu pescoço e me aproximei. Antes que ela pudesse ter algum tipo de reação, beijei-lhe a testa. Liza ficou parada por um tempo. Será que meu gesto a despertou? Instantes depois, ela sorriu e entrou. Depois de ter certeza de que ela já estava dentro de casa, segui meu caminho.

Cheguei em casa e meu pai já estava acordado para ir trabalhar. Ele continua trabalhando na cidade de onde nos mudamos. Minha mãe também, mas o emprego dela a permite trabalhar em casa. Desejei bom dia aos dois que estavam na cozinha e fui direto pro meu quarto, dormir. Foi um sono sem sonho, mas meu primeiro pensamento ao acordar foi Liza.


O cheiro do almoço invadiu meu quarto e me dei conta de que estava com fome. Coloquei roupa de ficar em casa e fui ate a cozinha.  Lá encontrei uma senhora que nunca havia visto na vida. Provavelmente alguém que a mãe contratou para os afazeres domésticos. Fui educada, perguntei seu nome e me apresentei. Disse para chamá-la de Dona Eugenia. E informou que em breve o almoço estaria pronto. Comi uma maçã enquanto esperava e puxei assunto com a senhora.

Parte 1 - Fim