sexta-feira, 31 de maio de 2013

[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro | Capítulo 26

Como fazer um filme sobre amor verdadeiro


Depois de tanto tempo...

“Como assim ‘querida’?!”, Audrey não conseguia entender o que aquilo significava. Sua amiga de muitos anos, que não via há poucos anos, estava com uma mulher em casa e ambas estavam, aparentemente, só de roupão. Janeth se deliciava com a situação. Sabia qual era a opinião de Audrey com relação a ela, mas quando se tratava de uma amiga de longa data ela não fazia a menor idéia. Lis abriu um largo sorriso e a morena ficou sem entender nada.
- L..Lis... – Audrey tentou dizer alguma coisa, mas só o nome da loura saiu de sua boca.
- Ah! Mas que falta de educação a minha. – Começou Lis. – Esta aqui é Audrey Dean, querida. – Falou docemente para a morena. – Não disse que a conhecia?
- Oh, Sim! Muito prazer, senhorita Dean. Já ouvi muitas histórias a seu respeito. – Comentou com um sorriso simpático. – Sou Karen Hunz. – Após o sorriso, olhou cuidadosamente para Lis.
- Lembra que te falei do meu motivo para vir para a Alemanha, ou pelo menos um deles? Então, resolvi todas as complicações e assumi... – “Deus, que ela não se assuste...” - ...Meus sentimentos pela Karen, e hoje nós somos praticamente casadas. – Contou Lis.
- Isso é tocante. Queria poder fazer algo assim. – Disse Janeth, percebendo que a ruiva não conseguiria falar. Lis lhe deu um sorriso aliviado. – Como nossa amiguinha aqui esqueceu os modos... – Colocou uma das mãos no ombro de Audrey. - ...eu mesma me apresento. Janeth Lews, muito prazer.
- Prazer, Lis Goldstein. Janeth... Ei não é aquela atriz que....
- Exatamente! – Concluiu. E ambas deram um sorriso cúmplice. – Interessante, poucas pessoas sabem disso.
- Na verdade foi a Karen que me mostrou. Audy, como conheceu essa figura? – Perguntou Lis.
- ...Quando eu tinha cinco anos, mas só nos conhecemos direito há uns meses quando fomos escaladas para protagonizar um filme.
- Isso é ótimo! Ai, conversar em casa é chato. Importa-se se formos a um bar?
- Não. – Responderam ao mesmo tempo.
- Então nos de uns minutos para nos trocarmos. – Pediu Lis.

Após as roupas trocadas e uma grande discussão sobre como iriam para o bar, finalmente chegaram ao estabelecimento a pé. Por que foram andando? Simples, o bar era perto e, com certeza, elas iriam beber e a Lei Seca na Europa é mais rígida do quem em alguns países, alguns até nem a tem. O lugar era aconchegante. Havia música ao vivo, espaço para dançar e muitas mesas reservadas. O quarteto sentou em uma mesa de quina. As mulheres pediram seus drinks e bebericaram um pouco. Logo, o cantor começou uma música que Karen gostava, então chamou Janeth para dançar. No fundo ela sabia que sua amada Lis e a amiga poderiam querer conversar a sós. E como Karen conhecia sua amante! A loura não era boba e já havia entendido que Janeth gostava de Audrey só pelo caminho que fizeram da casa até o bar. Mas ela não conseguiu captar o que sua realmente sentia. Sozinhas a mesa, Audrey pergunta antes que Lis pudesse abrir a boca para conferir suas suspeitas:
- Lis, como descobriu que estava apaixonada pela Karen? – Quis saber, olhava para as duas dançarinas elegantes. Lis se espantou com a pergunta.
- Soube desde que li sua redação sobre o que achava da música. Mas não admiti, não quis acreditar que era isso e a neguei até onde eu pude. Cheguei a fugir dela, mas não adiantou. Depois de um choque de realidade, acabei cedendo. – Respondeu fitando a amiga. – Por quê?
- Eu... é... curiosidade.
- Audy...
- Hm..? – Ela desviou o olhar para as dançarinas.
- Por um acaso você está apaixonada pela Janeth? – Audrey virou imediatamente para Lis com expressão de culpa. Lembrou-se instantaneamente do “Ah! Te amo tanto, Rey.”
- ... Eu... eu... – Nesse instante viu uma loura ligeiramente familiar entrar no estabelecimento, andar firmemente até Janeth, tirá-la dos braços de Karen e beijá-la.

Capítulo 26 – Fim

[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro | Capítulo 25

Esse capítulo tem termos técnicos e as notas estão no final^^

AtençãoÉ geograficamente impossível sair da Grécia e chegar à Áustria, e a Áustria pra Alemanha, em apenas um dia. Isso é uma fic e não precisa ser 100% certinho né? Dá um desconto, por favor. Também não sei se o monumento q descrevo é assim. Tudo veio da imaginação da autora e de fotos precárias do Google Xp

Como fazer um filme sobre amor verdadeiro

A catedral e o encontro de duas velhas amigas

Janeth alugara um carro confortável. Só ela sabia que a viagem seria longa, já que ela não disse a Audrey para onde estavam indo. A morena pegou a estrada expressa para a Áustria. Havia uma coisa sobre ela que ninguém sabia, Janeth adorava tudo que era relacionado à arte gótica, principalmente a arquitetura.
- Jane, onde estamos indo? - Perguntou Audrey, sentada no banco do carona.
- Segredo. - Respondeu e deu uma piscadela.
- Poxa! Você é tão malvada! Não custa nada dizer. - Reclamou Audrey fazendo biquinho, mas sua expressão era brincalhona.
- Sou malvada, sim! - Disse sem tirar os olhos da estrada. - Aliás, não era você que queria saber um pouco mais de mim?
- Então vai me levar a um lugar importante pra você?
- Exatamente. Poucas pessoas sabem que gosto desse tipo de coisa. - Dessa vez Janeth olhou para a ruiva e esta parecia emocionada. Realmente, Audrey estava emocionada. Sentia que era a primeira vez que Janeth fazia algo pra ela que era de coração. Inesperadamente, ao pensar nisso, lhe veio a cena de sexo que aparentemente gravaram. Achou isso estranho, já que dava a impressão de que Jane realmente queria transar com ela e essa idéia a atormentava.
- Está bem, vou parar de perguntar. – Audrey virou-se para a janela e começou a admirar a paisagem. Sua mente ainda estava no pensamento que tivera alguns minutos antes. A viagem seguiu silenciosa, apenas com alguns olhares. De quando em quando Janeth desviava sua atenção para Audrey e vice versa. Às vezes seus olhares se encontravam, mas nada diziam. Pararam para almoçar em um restaurante de beira de estrada. Tudo muito simples, e era assim que desejavam. Como foram reconhecidas, a dona do estabelecimento implorou para que tudo que comessem fosse por conta da casa, mas Janeth e Audrey decidiram que iriam pagar. Contra feita, a dona só pode aceitar o pagamento. Durante o almoço, Janeth tentou ser mais discreta possível e não denunciar-se com os olhos. Conversaram sobre qualquer coisa que lhes vinham a cabeça e por vezes, inconscientemente, Audrey tocava sutilmente na mão da morena. Audrey não compreendia, mas sentia como se estivesse viajando com um amante numa viajem descontraída de lua de mel. Estava feliz assim.
De volta a estrada, Janeth decidiu que iriam direto ao misterioso lugar, se não, não daria tempo de chegar a casa da amiga de Audrey.
- Mas vai ser muito cansativo! – Protestou a ruiva.
- Tudo bem se for, estou acostumada. Se você dormir, eu te acordo. – Declarou com um sorriso, o que desarmou Audrey.
- Mas... – Audrey viu um olhar decidido em Janeth. - ... Está bem... – E assim a viajem continuou silenciosa. Ninguém sentia vontade de falar, mas a atmosfera não estava pesada. Aliás era tão leve que dava para flutuar. Chegaram ao lugar que Janeth queria levar Audrey um pouco depois do meio da tarde. A morena estacionou perto do local, onde dava para ver a parte da frente. A ruiva estava dormindo. Janeth sorriu ao ver a cena. “Ela parece um anjinho dormindo. Tão linda, nem dá vontade de acordar...”. Audrey estava meio acordada, ainda assim de olhos fechados. Percebera que o carro parara de andar, mas preferiu ser acordada por Janeth. A morena tirou o cinto de segurança e chegou perto da ruiva. Audrey sentiu uma respiração em seu rosto. Janeth acariciou o rosto da outra ternamente e encostou seus lábios nos dela suavemente. Audrey estremeceu ao contato e paralisou.
- Ah! Te amo tanto, Rey. – Sussurrou Janeth. “Quê?!! Ama?! Como assim?!Ela nunca me chamou de Rey! Será...?!” Pensou Audrey confusa, se conseguir abrir os olhos. A outra se afastara. – Para de sonhar, Janeth! – Exclamou batendo a mão na testa. – Hey, dorminhoca, acorda! Já chegamos. – Disse balançando suavemente a outra.
- Hmm... Onde estamos? – Perguntou fingindo sonolência.
- Estamos em Viena! – Janeth estava animada.
- Viena?! Mas..! Como você é pé de chumbo heim. – comentou ao perceber o quanto andaram.
- Hauhauhua! É que eu estava com pressa. Faz tanto tempo que não venho aqui.
- O que você queria me mostrar? – Janeth respondeu virando Audrey na direção de um prédio histórico. – Nossa que lindo!
- É a Catedral de Saint Stephan. Era meu lugar preferido quando eu era criança. – Revelou.
- Hã? – Janeth sorriu.
- Eu nasci aqui. Meus pais eram da embaixada. Fiquei quase dez anos da minha vida aqui. Só me mudei para fazer um filme. E depois voltei. Só que acabei fazendo sucesso com o filme e acabei virando atriz. Venho aqui quando posso. – Audrey estava emocionada. Janeth estava se abrindo para ela, sendo sincera. Janeth pegou sua mão e a guiou até a catedral. – Posso ir te explicando as coisas se quiser.
- Por favor. – Aceitou com um sorriso.
- Pra começar, dá pra reconhecer o estilo arquitetônico gótico de longe. Eles adoram a verticalidade e a grandiosidade. Por isso é tudo muito alto e grande. O mais legal é que isso tudo começou lá pelo século XI. É muito antigo e é isso que me atrai. – Audrey podia ver os olhos de Janeth brilhando. Observaram as arquivoltas* com esculturas simples, mas detalhadas. – Nós entramos na nave*. As catedrais góticas geralmente têm três naves, a ocidental, a oriental e a central. Isso no teto são abóbadas*. Aqui de dentro, a rosácea* fica mais linda. – Ela apontou um grande círculo colorido. Os vitrais são lindos em qualquer lugar. – Elas foram andando seguindo a nave central admirando as colunas e pararam no cruzeiro*. A claridade em parte vinha do clerestório*. Audrey estava maravilhada. Janeth deixou a ruiva apreciando a arte e foi procurar o arcebispo.
- Vossa santidade? – Chamou o senhor de idade avançada, mas saudável.
- Sim... Oh! Pequena Lews? – Indagou o homem santo.
- Senhor Strass. Há quanto tempo! Não sabia que o senhor ainda estava aqui. – Disse dando-lhe um abraço e depois um beijo em sua mão direita, em sinal de respeito.
- Minha criança, pensei que não viria mais visitar um velho conhecido. – Riu do próprio comentário. – O que a traz aqui?
- A saudade e também queria compartilhar este lugar com uma amiga.
- Amiga, tem certeza? – Ela o olhou em tom de reprovação. – Certo, certo, estamos na casa de Deus.
- Só vim mesmo te dar um abraço, temos que partir logo, ainda queremos chegar à Alemanha hoje.
- Tudo bem, minha filha. Vai com Deus. – E deu um beijo na testa da moça. – Mas ao menos me apresente sua amiga! – E Janeth o levou a Audrey e fez as apresentações. Já no carro:
- Não sabia que era católica, Jane. – Comentou Audrey contente por ter descoberto algo de sua amada...ops...amiga.
- Não sou. Apenas aprecio a arquitetura gótica. Gosto dalí porque uma vez me perdi dos meu pais e acabei entrando sem querer e acabei me encantando com o lugar. – Revelou. Audrey continuou a sorrir. Depois disso nada foi dito. Apenas Audrey dizendo onde sua amiga morava. Chegaram lá a noite. Janeth ficara espantada. A tal amiga de Audrey morava numa mansão sozinha! Pelo menos era o que parecia. A ruiva saiu do carro e tocou a campainha. Alguns minutos depois, a morena estava ao seu lado. A porta demorou um pouco para se abrir. Apareceu uma loira com cabelos até o meio das costas vestindo apenas um roupão.
- Audrey! – A Loura se espantara. – Que surpresa!
- Desculpa vir assim de repente, Lis. – A ruiva parecia envergonhada.
- Que isso! Vamos entrando amiga, é um prazer tê-la aqui. Aliás, tê-las. – Deu uma risada divertida. Mal entraram na sala entra uma mulher.
- Querida, quem era? – Disse uma mulher de longos cabelos negros, meio ondulados nas pontas, e pele muito clara. Vestia um roupão igual ao de Lis.

“O que significa isso?!!” pensou Audrey. Janeth apenas sorriu, sabendo o que a cena significava.

Capítulo 25 - Fim

Notas:
Arquivolta: percorrem um arco quebrado (ou de ogiva) e são decoradas por uma profusão de esculturas figurativas que se relacionam intimamente com os relatos em relevo do tímpano .
Nave: é o termo referente à ala central de uma igreja ou catedral onde se reunem os fiéis de modo a assistirem ao serviço religioso.
Abóbada: é uma cobertura côncava.
Rosácea: abertura circular onde um desenho geométrico de bandas de pedra (traceria) é preenchido com vidro colorido, vitral
Cruzeiro: O termo arquitectónico cruzeiro é utilizado para designar uma área das igrejas ou catedrais cristãs que apresentam uma planta em forma de cruz romana.
Clerestório: Em arquitectura clerestório é o nome que se dá à parte da parede de uma nave, iluminada naturalmente por um conjunto de janelas laterais do andar superior das igrejas medievais do estilo gótico. De uma forma geral, refere-se à fiada de janelas altas, dispostas sobre um telhado adjacente. O seu uso remonta às basílicas romanas.

Tirei todas as explicações do wikipedia XD

quinta-feira, 30 de maio de 2013

[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro | Capítulo 24

Como fazer um filme sobre amor verdadeiro

9- Provoque intrigas.

Luci estava satisfeito. Todos os seus planos até agora tinham dado certo. Tanto com Lúcia e Catherine quanto com Janeth e Audrey. De vez em quando ele tinha essas sensações. Sentia quando uma pessoa combinava com a outra, mesmo que elas próprias ainda não soubessem disso. E no caso de Audrey e Janeth era isso que acontecia, ou pelo menos era o que pensava. Ele ainda tinha que fazer algumas coisinhas para que tudo ocorresse do jeito planejado. Luci nunca esquecera uma cena que vira entre uma criança de cabelos de fogo e outra de cabelos de mel.
Um dia, ele teve um pressentimento. Tinha que fazer aquele filme que estava em sua gaveta há um tempo. E sabia exatamente quem chamar, agora que elas estavam crescidas o suficiente para entender, ou ao menos tentar, o que significaria. Sim, ele queria que elas ficassem juntas, isso é intromissão e todos sabemos que se intrometer na vida dos outros é falta de educação. Mas ninguém percebia isso, já que Luci Salgado era a discrição em pessoa. Ele planejou tudo nos mínimos detalhes. Um filme com muitas cenas picantes, colocá-las no mesmo camarim, uma viajem, uma divisão de quartos. Claro que ele ficou acompanhando a vida de ambas. Ele era conhecido em todo mundo artístico, tanto pela diversidade de filmes que já fizera quanto pela simpatia. Ou quem sabe por que tudo que ele toca, como diz o ditado, “vira ouro”.
Ao que parece ele queria colocar mais ação nas coisas. Pegou o telefone, fez umas ligações pra descobrir o que queria e finalmente ligou para a pessoa que, inconscientemente, lhe ajudaria.
- Alô? – Disse uma voz feminina.
- Baverlly Carter? – Perguntou Luci.
- Sim, quem deseja? – A voz pareceu tensa. “Como um estranho sabia meu nome?” pensava.
- Ah! Não precisa se preocupar com isso. – Respondeu sorridente.
- Como não? Não falo com desconhecidos! Passe bem! – A moça já ia desligar quando Luci a interrompeu.
- Sem se for para saber onde Janeth Lews está? – Baverlly hesitou. Queria saber onde sua “amada” estava.
- Onde? – Não resistiu.
- Ela viajou para a Grécia hoje, vai ficar em um hotel em Atenas. Até. – E Luci desligou, apesar de perceber que ela queria falar algo mais. Ainda segurando o telefone, Salgado sorria.

Após um frustrante encontro com Janeth em uma sorveteria, Baverlly volta para seu hotel indignada. Como sua amada pôde tê-la ameaçado daquele jeito? E como Janeth estava apaixonada por outra pessoa que não fosse ela? Já estava tramando seu plano há horas quando ouviu seu celular tocar, número desconhecido.
- Senhorita Carter, a senhorita Lews viajará amanhã, irá para a Alemanha. Sairá cedo do hotel, acompanhada da moça que vira hoje cedo. – Disse uma voz masculina. Assim que terminara de falar, desligou. Baverlly ficara paralisada, mas já sabia para onde ir no dia seguinte. Agradeceu internamente o ser misterioso ser que lhe dava informações. Arrumou suas coisas para sair bem cedo no dia seguinte.



Luci sentiu-se pleno com o que acabara de fazer. Agora era esperar os resultados.

Capítulo 24 – Fim

[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro | Capítulo 23

Bom dia!!!

Como fazer um filme sobre amor verdadeiro

Uma pequena viagem

Janeth acordou primeiro, viu que estava abraçada a Audrey e se assustou. Esses últimos dias tinham sido extremamente estranhos. Apenas se desvencilhou dos braços da ruiva e se arrumou. Foi a uma agencia e alugou um carro, depois procurou Luci e o avisou que sairiam em uma pequena viagem. Disse que iriam a Alemanha visitar uma amiga de Audrey e o diretor ofereceu uma diária no hotel do senhor Montagu em Berlin. Audrey acordou sozinha na cama. Percebeu que estava do lado que Janeth usou. Ao pensar nisso, deu um sorriso. O travesseiro cheirava a morena, ela o abraçou. Foi aí que se deu conta do que estava acontecendo. Ela estava agindo como uma garota apaixonada. O que?! Apaixonada?! Ela não podia estar apaixonada por uma mulher, isso era um absurdo, mas... Ela gostava tanto de Janeth. É isso, ela gostava de Janteh como uma amiga. E queria estar sempre por perto. Era isso, tinha que ser isso. Enquanto terminava seus pensamentos, Janeth entrou no quarto agitada.
- Ainda está na cama?!
- Sim... - Audrey corou um pouco, aquela entrada fora repentina.
- Oh! Desculpe! Bom dia. - Desejou sorrindo.
- B..Bom dia.
- Levante-se! O dia está lindo! - Falou chegando perto. Quando estava rente ao rosto de Audrey, perguntou com a voz calma. - Aonde você quer ir primeiro?
- A...a... - O halito fresco de Janeth em seu rosto a deixou nervosa. Mordeu o lábio inferior. Queria beijar a morena e atrasar a saída. - Aonde você me levar... - Ainda com o rosto rente, Janeth sorriu. "Droga! Ela que é a lésbica aqui. Por que ela não faz nada?" pensou Audrey. Enquanto isso, Janeth se segurava para não agarrar a outra alí mesmo e passar o fim de semana na cama. Desviou o rosto.
- Então vamos! - E estendeu a mão. A outra segurou e se levantou. Mas o lençol ficou preso em um dos pés e ela perdeu o equilíbrio. - Opa! - E seus lábios se encontraram. Mas ao invés de se separarem rapidamente, perduraram o beijo até perderem o fôlego.
- Desculpa... - Disse Audrey quase sem ar.
- Tudo bem... Foi um acidente, não é? - Respondeu também sem fôlego. - Hm... Te espero lá fora.
- C..Certo. - Até quando esses "acidentes" iriam acontecer? Ou melhor, quando eles deixariam de ser "acidentes"? Era o que as duas estavam pensando quando se separaram.

Enquanto se trocava, Audrey ficou se perguntando aonde sua Jane a iria levar. Depois em sua amiga que estava na Alemanha. Essa amiga era violinista e possuía uma escola de música no país de Audrey. Elas se conheceram no colégio e eram melhores amigas na época. Quando se formaram perderam um pouco o contato, mas continuaram amigas. Depois, ela se mudou para a Alemanha para aprofundar os estudos da música. Era tudo que Audrey sabia sobre a amiga. Também sabia que um dos motivos para a amiga ter decidido se mudar era uma aluna que estava dando muito trabalho, ela só não sabia que tipo de trabalho era. Janeth quase não estava aguentando a situação em que se encontrava. Desejava Audrey com todas as suas forças e não podia dizê-lo, mas a outra estava sempre por perto e o número de acidentes só estava aumentando. E elas ainda iam fazer essa tal viagem e sabe-se lá o que poderia acontecer. Sem contar que agora a Baverlly ia começar a pegar em seu pé, ela sabia disso. Estava óbvio que depois do incidente na sorveteria a loura a seguiria e era imprevisível o modo com que ela iria agir. Audrey passou pela porta, tirando Janeth dos seus pensamentos. Estava com um vestido leve e fresco. A morena ficara sem palavras. A ruiva apenas sorriu.
- Vamos? - Perguntou Audrey.
- Vamos.

Essa viagem seria inesquecível.

Capítulo 23 – Fim

quarta-feira, 29 de maio de 2013

[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro | Capítulo 22

Como fazer um filme sobre amor verdadeiro

8- Quando suas atrizes principais parecerem cansadas, deem-nas alguns dias de descanso.

Janeth ainda não conseguia acreditar no que acontecera. Muito menos entender por que aconteceu, já que tentara se segurar ao máximo. Ela não conseguia nem se lembrar de como começara, só foi perceber o que estava acontecendo quando sentiu seus dedos dentro de Audrey. Estava feliz, mas ainda assim não podia dizer a ruiva que a amava. Audrey não sabia o motivo, mas estava se sentindo mais leve, era como se tivesse tirado um peso das costas. Estava, nua, abraçada a sua Jane e estava se sentindo confortável dessa forma. Tinha plena consciência de que havia começado aquilo tudo e não estava arrependida, mas não entendia por que o fizera.
- Audrey, precisamos voltar para o camarim e avisar a todos que já podem voltar... - Disse Janeth com a voz meio rouca.
- Ah.... Tenho que concordar... Há quanto tempo estamos aqui? - Perguntou com a voz mole. Estava com a cabeça encostada no ombro de Janeth e com os braços em volta da cintura. Ao levantar, apoiou delicadamente uma das mãos na barriga da morena e a olhou, sem querer enrubesceu.
- Não sei... Mas acho que deveríamos olhar. - Respondeu com um sorriso. Colocou uma mão em cima da de Audrey. - Vamos?
- T..Tá. - Audrey se sentia hipnotizada. Elas levantaram, enrolaram-se nas toalhas e foram para o camarim de mãos dadas. Ao chegarem, Janeth pegou o celular e ligou para Luci, enquanto Audrey tomava banho.
- Alô, Luci? Pode voltar para o set, nós já terminamos.
- Neth, como você deixou aquilo acontecer? - Perguntou Luci fingindo espanto.
- Não seja cínico, está bem? Eu sei que você deve ter planejado cada momento...
- Como você pode pensar isso de mim?
- Mas tudo bem, eu nunca ia conseguir fazer aquilo sozinha...
- Mas você não fez sozinha, a senhorita Dean estava lá também... Ops! falei demais. Até logo!
- Espera! - Mas não dera tempo, Luci já havia desligado. "O que ele quis dizer com isso?... Será que...?!" pensava Janeth. Enquanto isso, Audrey tomava banho alheia a conversa e só conseguia pensar no acontecimentos anteriores. Uma hora depois, o diretor apareceu no camarim.
- Meninas, vocês parecem muito cansadas. Acho melhor dar uma folguinha pra vocês.
- An!?! - Elas pareceram assustadas e confusas.
- Olha, tirem do dia de folga. Melhor voltem só na segunda. - Ao dizer isso ele saiu.
- O que nós vamos fazer em três dias? não consigo pensar em nada... - Disse Audrey.
- Vamos passear então. - Sugeriu Janeth. Sua mente pensava em outra coisa, mas ela não achava que fosse uma coisa que a ruiva fosse aceitar...
- Por mim, tudo bem.

O resto da manhã elas usaram para visitar a Acrópole de Athenas. As ruínas eram lindas, era espantoso ver algo com mais de dois mil anos em pé, mesmo que só parte da constução. Almoçaram num restaurante próximo, mas tiveram que ficar em uma área reservada, já que foram reconhecidas. Não parece, mas elas eram realmente famosas pelo mundo. Depois visitaram o templo de Zeus, deus dos deuses. Não havia muito para se ver no lugar, mas não deixava de ser interessante. Apesar de já terem ido muitas vezes a Grécia, era a primeira vez que paravam para ir a pontos turísticos. Audrey sentiu vontade de tomar sorvete e Janeth simplesmente concordou com a idéia. Sentaram a mesa da sorveteria e fizeram o pedido. Conversavam animadamente. Trocavam olhares e sorrisos, ás vezes tocavam as mãos discretamente. Os pedidos chegaram, elas começaram a comer. Janeth sentiu vontade de ir ao toilet, pediu licença e foi. Na volta tomou um susto. Viu uma loura alta lhe encarando seriamente.
- Ba..Bavelly... O que você está fazendo aqui?! - Janeth estava realmente assustada, mas Todd já havia lhe alertado sobre isso.
- Não está na cara? Estou tomando sorvete. E você? - Ainda estava séria.
- O mesmo que você. - Respondeu secamente.
- Quem é aquela? Sua nova namorada? - E apontou para Audrey tomando o sorvete alegremente, alheia aos acontecimentos.
- Não te interessa.
- É sua namorada sim... Essa...!
- Ela não é minha namorada. E não ouse falar mal dela! - Janeth tentava manter a voz baixa. "Mas eu gostaria que ela fosse..."
- Mas você gosta dela!
- Isso não importa!
- Por que você não volta pra mim, Janeth? Eu te amo!
- Não!
- Eu não vou deixar que ninguém chegue perto de você!
- Foi por isso que eu terminei! Você não me ama! Isso é obsessão!
- É amor!
- Obsessão. Eu te peço, não chegue perto dela.
- Isso não vai ficar assim! Vou ter você de volta, custe o que custar! - Berrou e saiu correndo. "Ai, eu mereço..." pensou Janeth. A única coisa que Audrey viu foi uma loura sair correndo de dentro da sorveteria. Elas passearam mais um pouco e voltaram para o hotel cansadas. Uma coisa ainda estava para ser decidida, como elas iriam passar a noite.
- Amanhã vou te levar a um lugar que aprecio. - Informou Janeth entrando no quarto.
- É mesmo? Onde seria? - Audrey estava interessada.
- Segredo. - Respondeu piscando um olho. - Só posso dizer quer teremos que alugar um carro.
- Ah! Então será que depois podemos ir a Alemanha? Gostaria de visitar uma amiga. - Pediu animadamente.
- Com certeza. Estamos de folga, lembra?
- É mesmo. - Elas eram todas sorrisos.
- Hoje o dia foi cansativo. Vou tomar um banho. - E dirigiu-se ao banheiro sem olhar para a outra.
- Todo bem, vou depois. - Audrey se sentiu estranha, ela queria entrar naquele banheiro e fazer coisas que antes ela achava impossível. Resolveu distrair a mente arrumando as coisas para ir dormir. Quando Janeth saiu, ela entrou. A morena tentou se concentrar em se arrumar. Deitou no sofá e tentou dormir. Audrey saiu do banheiro e viu a morena no sofá.
- Jane.... Você pode dormir na cama... - Disse meio envergonhada.
- ... Tem certeza? - "Ela voltou a me chamar de Jane... Por que?"
- S..Sim.
- Tá bom. - Ela foi para a cama. Audrey deitou ao seu lado. Dormiram uma emcada lado da cama, mas amanheceram abraçadas.

Capítulo 22 – Fim

terça-feira, 28 de maio de 2013

[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro | Capítulo 21

Esse capítulo é o da cena que desencadeou toda essa fic!
Atenção: esse capítulo tem cena de sexo explicito!

Como fazer um filme sobre amor verdadeiro

É só uma gravação

Audrey despertou sentindo um aroma gostoso e delicado. Seus olhos ardiam, mas a curiosidade de saber o que tinha um cheiro tão bom a fez abri-los. Não viu muita coisa, sua visão estava embaçada por estar perto demais, mas era algo escuro com detalhes lilás. Ao levantar o rosto viu Janeth dormindo pacificamente e aí veio a tona tudo que ocorrera na noite anterior. Ficarem no mesmo quarto, o beijo, a conversa entranha do Todd,ou pelo menos o que pudera ouvir, a descoberta sobre Antony. Isso a deixara realmente mal, mas não queria pensar nisso, já que estava tão confortável alí. Janeth começou a se mover lentamente e abriu os olhos, viu Audrey a observando e deu um sorriso, que foi retribuído.
- Bom dia. - Disse Audrey.
- Bom dia. Dormiu bem?
- Sim. Desculpe ter te incomodado.
- Tudo bem. - Disse Janeth afagando a cabeça da ruiva. - Temos que levantar... Vamos gravar hoje, esqueceu?
hmm... Não, mas aqui está tão gostoso... - Ao escutar isso, Janeth enrubesceu. Audrey também enrubesceu ao perceber o que tinha dito. - É, aham, digo, dormir é bom...
- É, dormir é bom, mas trabalhar também é. De vez enquando pelo menos. - Concluiu ainda fazendo carinho na ruiva. - Sério, não podemos nos atrasar. Esqueçeu que teremos que regravar algumas cenas? Olha, eu também não queria sair daqui, acredite, mas trabalho é trabalho...
- Já entendi... - Janeth estava certa. Pensando bem, o trabalho delas era divertido, ainda mais porque era uma comedia romântica. Audrey levantou. - Tudo bem, mas eu uso o banheiro primeiro. - Disse divertida.
- Tudo bem. - Respondeu sorridente. Enquanto Audrey usava o banheiro, Janeth começo a pensar que deveria usar duzentos por cento de seu autocontrole. Ela não conseguira dormir direito a noite só por estar com a outra entre os braços. Perguntava-se o que teria acontecido para ela estar chorando daquela forma compulsiva. Primeiro veio o som do chuveiro, em seguida o cheiro forte do sabonete. Janeth desejou ser o sabonete apenas para conseguir passear pela pele alva de Audrey. Não conseguiu pensar em nada produtivo enquanto Audrey tomava banho. Quando ela tentou retomar os pensamentos, saiu uma ruiva enrolada na toalha. Os cabelos escorrendo a deixavam ainda mais sexy. Janeth sentiu sua boca secar e uma umidade brotar entre as pernas. Levantou-se rapidamente do sofá. - Minha vez!
- Não demora. - Pediu Audrey.
- Tá! - Audrey teve as mesmas sensações que Janeth. O cheiro do sabonete a deixara atordoada e lhe veio a mente a cena em que vira Janeth seminua. Tinha vontade de invadir o banheiro e agarrar a morena. "Por quê?" pensava. Colocou a roupa e decidiu esperar na sala, tinha que se preparar psicologicamente para as gravações. Mas seu estado psicológico não estava tão bom desde que descobrira o que Antony gosta de fazer nas horas vagas. Janeth agradeceu internamente por Audrey não estar no quarto quando saiu do banho.

Quando chegaram na maquiagem, o maquiador disse.
- Que cara é essa, Audrey?! Querida, parece que você chorou a noite toda! Seus olhos estão inchados. Venha, vamos dar um jeito nisso. - A maquiagem da Audrey estava quase pronta quando um funcionário bate a porta e diz que há visitas para a senhorita Dean. Audrey pensou em quem poderia ser, mas quando viu quem era o ódio tomou conta dela.
- Olá, meu amor! Gostou da visita? - Disse Antony sorridente com um buquê de rosas nas mãos.
- Ótimo. queria mesmo te ver. Vamos conversar no camarim. - Respondeu num tom frio. Janet estava na maquiagem e de lá iria direto para o set. Meio confuso, Antony a seguiu.
- Que estória é esse de você fazer filme pornô?! - Gritou Audrey, já no camarim.
- Do quê que você está falando? - Respondeu, fingindo desentendimento. Estava abismado. Como ela descobrira?
- Não se faça de sonso! Eu sei que é você! Por que não me contou? 
- Ainda não sei do que você está falando. - Internamente já estava se desesperando.
- Se você não quer me falar a verdade tudo bem. Acabou. - Audrey tirou a aliança de prata e jogou em Antony.
O..Olha, eu te amo. Isso é só diversão. - Tentou explicar, delatando-se.
- Então eu estava certa?
- É... Prometo não fazer mais... Estou perdoado? 
- NÃO! Não quero mais ver a sua cara, está me ouvindo? Nunca mais. Você mentiu e eu não gosto disso. - Ao dizer isso, Audrey sai do camarim.

Como sempre, Janeth esperava Audrey já na banheira. A água estava relaxantemente quente.Estava com o modelito de sempre, uma toalha enrolada na cintura, deixando a mostra os seios. De olhos fechados, escutou Luci dizer que a cena ia começar. O que chamou a atenção da morena é que elas teriam que fazer "aquela" cena. Ela não estava preparada para isso, apesar de ter levado um susto manteve a compostura. Salgado gritou "Ação!" e a gravação começou.Sofie entra abatida no banho. Ao perceber a inquietação da outra, Kátia lhe pergunta:
- O que houve? - Com uma voz doce.
- N..Nada. 
- Estou aqui para te ouvir, conte. - Disse colocando a mão no ombro da outra.
E..Ele me traiu! - Desabou a chorar. "Acho que foi isso mesmo..." Pensou Janeth.
- Isso não foi legal da parte dele. - Disse abraçando-a. Audrey sentiu seu corpo tremer ao toque do corpo semi nu da outra.
- Não... - Elas se olharam. O estúdio desapareceu, elas só viam a si mesmas. 
- Não entendo como alguém pode trair uma pessoa como você. - Disse Kátia acariciando Sofie.
- Como eu? - Sofie ficou confusa. E Audrey também, o olhar que Janeth lhe dava era tão gentil e queria dizer alguma coisa. 
- Sim. Você é gentil, carinhosa e linda. Acho que qualquer pessoa gostaria de ter alguém assim ao la... - Kátia não terminou, já os lábios da ruiva a interrompeu. Janeth sentiu-se quente. - Não devia ter feito isso. - Disse mordendo o lábio inferior.
- Desculpe... Eu... não consegui evitar. Não sei o que está havendo comigo. - Respondeu insegura e chegando mais perto.
- Tudo bem... - Kátia fez movimento para tentar afastar a ruiva, mas esta lhe beijou novamente. O que era um movimento de repulsa acabou se transformando em um abraço. Aquele beijo definitivamente não era cinematográfico. As mãos de Janeth começaram a passear por cima da toalha de Audrey. A ruiva colocou as mãos na morena e se deu conta de que ela estava sem toalha. Passeou as mãos pela parte nua do corpo de Janeth. Audrey sentiu que, apesar de estar na água, estava excitada, achou aquilo estranho, mas decidiu continuar. Nem se lembrava mais por que estava fazendo aquilo, ela só queria continuar. Janeth pensou que aquela era sua chance de tirar uma casquinha de seu secreto amor e, também, que tal pensamento era meio egoísta. Não se importava se tinha gente olhando, já que era tudo supostamente falso. O que elas não perceberam era que, com seu bom senso, Luci parou as gravações silenciosamente e mandou todos se retirarem, deixando-as a sós. Audrey olhou para Janeth e tirou a toalha, revelando seu corpo perfeito. Janeth nem precisou pedir, só percebeu quando sua boca beijava carinhosamente um dos seios da outra. A ruiva começou a gemer e a acariciar e arranhar as costas da outra. Quando Audrey sentiu seu mamilo direito sermordiscado soltou um gemido ainda mais alto e cravou as unhas nas costas de Janeth. Esta de um sorriso safado ao perceber a sensação que causara em sua amante. A essa altura, Audrey já estava sentada em cima das pernas de Janeth. Ainda estava com o famoso tapa-sexo. Percebendo que a outra não seria capaz de tocá-la como ela realmente queria, pegou uma das mãos de Janeth e a levou para entre suas pernas, dentro do tapa-sexo, o que o fez sair. Janeth se espantou com tal ato, mas sorriu e beijou a outra. Primeiro explorou carinhosamente, causando arrepios na outra. Resolveu penetrar com um dedo, quando percebeu estava tendo respostas promissoras, colocou mais um. O corpo do Audrey respondia por si só, a única coisa que ela podia fazer era dançar aquela dança. Todas aquelas sensações eram desconhecias a Audrey, ela nunca se sentira assim quando estava com outra pessoa. Quando Janeth sentiu que Audrey iria gozar, retirou os dedos. A outra a olhou implorando para que continuasse. A morena sentou a ruiva no primeiro degrau da banheira, respirou fundo e mergulhou a cabeça na água morna. Antes que pudesse se perguntar algo, Audrey sentiu uma língua quente no seu sexo e não demorou muito a gozar. O prazer que Janeth sentiu em poder tocar tão intimamente aquela que amava foi o suficiente para fazê-la gozar. Ao voltar para a superfície, Janeth beijou Audrey fazendo-a sentir o próprio gosto. Agora, Audrey queria satisfazer sua amada... Espera aí?! Como assim amada?! Não pode ser! E ela ia negar isso até o fim. Beijou Janeth com todo sentimento que tinha, mesmo que não os assumisse. Começou a massagear os seios da outra e a cada gemido que ela dava sentia-se mais excitada. Beijou cada extensão daquele corpo dourado que a atraía até chegar no lugar que ainda não tinha visto, muito menos tocado. Como em todas as gravações Janeth estava com aquele biquíni cor de pele, mas que Audrey tratou de tirá-lo sem demora. Nunca tinha feito isso antes, mas se fosse com Janeth, ela com certeza saberia o que fazer. Mergulhou a boca no sexo de Janeth, que deu um gemido de prazer extremo. Fez exatamente aquilo que a morena fizera e o resultado foi um gozo abundante em sua boca. Aquilo era tão diferente e tão prazeroso ao mesmo tempo. Mais uma vez elas se beijaram. Ao se sentarem uma ao lado da outra abraçadas perceberam que o ambiente estava vazio. Olharam-se apenas. As perguntas viriam depois, se é que haveriam perguntas. Ficaram alí até o entorpeda situação passar.

Elas não viram, não perceberam, e nunca iram saber, mas Luci havia deixado uma câmera ligada.

Capítulo 21 – Fim


[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro | Capítulo 20

Peço desculpas pela falta de updates nos ultimos dias. Vou compensar colocando dois capítulos de uma vez! Espero que valham a pena. Será um post para cada capítulo! Obrigada!

Como fazer um filme sobre amor verdadeiro

7-Faça com que as atrizes gravem novamente todas as cenas picantes

O grupo voltou mais cedo para o hotel naquela noite, já que foram avisados na hora que saíram que teriam que trabalhar no dia seguinte. Durante a noite, Janeth e Audrey se comportaram como se nada tivesse acontecido. Mas ao chegarem no quarto se olharam com uma dúvida nos olhos e um certo rubor.
- E aí? Como faremos para dormir? - Perguntou Janeth meio sem graça.
Hm, não sei, mas estou sem sono agora. Acho que vou dar uma volta nos arredores do hotel. - Disse Audrey desviando o olhar. - Você pode resolver, quando eu chegar, me viro com o que tiver sobrado.
- ...Tá bom.. - Janeth se espantou com a reação da ruiva e a acompanhou com os olhos até a porta do quarto parecer se fechar. A morena resolveu fazer da grande poltrona ao pé da cama seu aconchegante lugar para dormir. Ela não agüentaria dormir ao lado de Audrey.

Audrey desceu por uma ruela ao lado do hotel e se deparou com um lugar diferente de onde foram jantar. Haviam várias casas noturnas, boites de stripers, bares passando filmes pornôs na TV. Entrou em um deles para comprar um drink antes de voltar ao hotel e encarar Janeth vestindo sabe-se lá o que para dormir. Ela não gostava de filmes pornôs mas começou a assistir o que passava apenas para distrair a mente e tomar seu drink. A atriz ela reconheceu logo, era uma colega de escola que a muito não via, e não fazia questão já que ela sempre fora meio vulgar. Começou a reparar no ator, alto sarado,moreno, voz potente e uma pinta muito charmosa na nádega esquerda, como a do Antony... Espera aí! Antony! Audrey cuspiu a bebida que estava em sua boca. Não podia ser, não era verdade... Ele não faria uma coisa dessas...
- Com licença, de que ano é este filme?
- Ah moça, esse aí é deste ano. - Respondeu o barman com orgulho. - Esse cara aí é o melhor ator do ramo, e olha que ele faz pornô por diversão. Só tenho pena da namorada dele, sabe como é
- É... Também tenho pena dela... Obrigada pelo drink. Pode ficar com o troco. - Disse Audrey meio chocada.
- De nada, senhorita. - Audrey teve vontade de chorar, mas se segurou até chegar no hotel. Passou rápido pelo saguão, pegou o elevador e correu para o quarto. E chorou. Ao chegar viu Janeth deitada no sofá já adormecida. Jogou-se em cima dela chorando, o que a fez acordar.
- ... O que foi Audrey?.. - Perguntou sonolenta.
- N..Nada... Me deixa chorar, por favor. - E desabou. Janeth a abraçou e a girou, colocando-a do seu lado. Ficaram assim ate adormecerem.

Capítulo 20 – Fim

 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro | Capítulo 19


Como fazer um filme sobre amor verdadeiro

A 'grande' noticia

- Ai, deixa ela pra lá, por enquanto. - Disse Todd quebrando o silêncio. - Mas depois quero que me conte tudinho sobre o que vocês estavam fazendo. - Completou com uma cara safada.
- Certo, certo. - Falou como um suspiro. - Que "babado fortíssimo" é esse que me atrapalhou num momento tão inesperado da minha vida? - Perguntou meio aborrecida.
- Mulher, você é muito apressada. - Comentou Todd dirigindo-se a um dos sofás da sala. Fez movimento para que Janeth sentasse ao seu lado. Mas nessa hora a campainha do quarto toca.
- Deve ser o lanche. - Supôs Janeth. E ela estava certa. Pegou seu lanche e o de Audrey e deu a gorjeta para o entregador. Voltou e sentou-se ao lado de Todd.
- Meus informantes descobriram que Luci está planejando trazer o set para cá. - Continuou Todd.
- Como assim?! - Janeth ficou espantada. Ela só conseguia imaginar uma coisa, mas não estava acreditando no que sua mente lhe dizia.
- O Luci vai trazer para este hotel o set que já estava montado lá. Ele vai trazer a banheira gigante pra Grécia! - Respondeu balançando as mãos freneticamente. Dava pra ver a incredulidade no rosto de Janeth.
- Ele é louco ou o quê? Pra que ele vai fazer isso? - Ela estava se desesperando. Isso poderia significar que ela teria que refazer todas as cenas na banheira sem e COM Audrey.
- Isso ainda tenho que descobrir. Mas não acho que será fácil...
- Com certeza. Assim que descobrir algo mais, me avise. - Pediu Janeth com feições preocupadas. "O que será que este louco do Luci está querendo agora...?"
- Pode deixar. - Disse Todd piscando um olho com uma cara sapeca. Mas não demorou muito e sua expressão mudou para uma preocupada. - Tenho outra coisa para te dizer...
- Fala logo! Sua cara não está ajudando.
- Você lembra-se da sua ex-namorada, a Baverlly? - Perguntou sério.
- E quem esqueceria aquela mulher...? Ela era maravilhosa, mas foi só eu terminar com ela que ela mostrou quem realmente era, você sabe. - Respondeu meio vaga. - Por quê?
- Ela está na cidade. Um de meus informantes a viu num ponto turístico hoje. - Audrey fez cara de desacreditada. De todos os lugares para se encontrarem, tinha que ser logo a Grécia? "Acho que ela está me seguindo, só pode." pensou. - Você entende o que isso significa? Ela está aqui. Ela está aqui! - Desesperou-se Todd. Mas antes de conseguir uma resposta de Janeth, Audrey passou pela porta do quarto apressadamente.
- Vou para o bar. Quando der a hora de sair, me avise, por favor. - Disse Audrey.
- Pode deixar. - Respondeu Todd com um sorriso. Mas este era forçado, por sorte era um excelente ator. Dar a notícia de que Baverlly estava por perto não lhe agradava.
- Mas e o seu lanche? Ele já chegou. - Perguntou Janeth. Ela também não havia tocado no seu. Assim que Audrey a olhou, Janeth sentiu seu interior aquecer e percebeu que a outra ficara vermelha, só não sabia o por quê.
- Deixe ele aí que quando chegar eu decido o que fazer. Até mais. - Audrey falou depressa e saiu. Ninguém entendeu as ações de Audrey. Alguma coisa a tinha afetado daquela forma, mas o motivo era desconhecido.
- Vamos deixar a Baverlly de lado por hora. Temos que nos arrumar para sair. - Disse Janeth séria. Depois, mudou a expressão e contou o que havia acontecida antes dela chegar.

Capítulo 19 – fim

quinta-feira, 23 de maio de 2013

[Oneshot - Original] Dirty little secret

Aqui estou com mais um Oneshot original! Esse foi escrito a pedido de uma amiga. Na época, que incrivelmente não faz muito tempo, eu estava viciada numa música chamada Dirty little secret do The all-american regects. Por isso o nome!
Classificação: 16 anos.(apenas porque tem uma cena quente no final)
Gênero: Yuri, romance, show.
Sinopse: Lilian foi obrigada a ir a um show de metal por sua amiga. Mas um esbarrão pode acabar mudando sua opinião negativa sobre o evento.

Dirty little Secret

 

Ainda se perguntava por que tinha aceitado o convite de sua melhor amiga. Era algo bem simples na verdade, mas isso lhe deixava um tanto aflita. Sua amiga lhe pedira encarecidamente para que a acompanhasse num show de metal. Ela não tinha nada contra o estilo musical, mas alguns de seus adeptos lhe deixavam um tanto quanto assustada. Sua amiga era uma das exceções, talvez por ser de longa data. Com relação às vestimentas, ela não poderia reclamar. Seu estilo favorito de musica era outra vertente do rock. Preferia hard rock e se vestia como tal sempre que podia, e principalmente em shows e festivais.

- Poxa Karla, tem que ser eu mesmo? – Quis confirmar, ainda relutante, com sua amiga.

- Claro, Lili! Você sabe que sempre quis que essa banda tocasse aqui. É uma oportunidade de ouro! Vai poder dizer aos seus netos que foi ao primeiro show da banda mais fodastica do metal em nossa cidade. – Karla lhe confirmou totalmente animada. Karla era uma garota toda pequenininha. E a única coisa que se destacava nela eram seus longos cabelos vermelhos frisados. Lilian suspirou.

- Eles não são a banda mais fodastica do metal. E você sabe que o máximo que eu terei é sobrinhos-netos. Eu não estou a fim de contar pra eles como sua tia-avó saiu cheia de hematomas de um show que ela nem queria ir.  Lilian estava assumindo uma posição meio sarcástica. Ela era um pouco mais alta que a amiga, mas seu corpo era bem mais recheado. Seus cabelos dourados balançavam enquanto gesticulava.

- Qual é! Qual é a graça de ir a um show de rock e não sair de lá roxa por causa da roda punk?

- Não ficar doída e machucada por uma semana?

- Aff! Você não precisa participar da roda punk. Se te deixa feliz, a banda que vai abriro show é boa e toca um metal mais levinho. Sabia que eles já têm uma super fanbase? Pessoas de outros estados virão só pra vê-los. – Karla queria desviar a amiga do ponto que a fazia não querer ir a shows. Lilian abriu a boca, mas a ruiva continuou. – Não adianta você mudar de ideia agora, já comprei nossos ingressos. – E encerrou a discussão com um sorriso vitorioso. Lilian suspirou desanimada e tentou pensar em outra coisa. Faltava um mês para o ‘acontecimento do ano’, segundo Karla.

Para ambas foram quatro semanas arrastadas e fastidiosas. Uma se dava pela ansiedade de um acontecimento a muito desejado, outra pela consternação de passar as piores horas de sua vida. Numa demonstração de revolta, Lilian passou num salão de beleza no dia que antecedia o show e deu uma repaginada no visual. O combinado era que Karla passaria na casa da loura e então iriam juntas ao local do show, que era relativamente perto. E voltariam juntas quando o show terminasse.

A ruiva tocou um pouco depois das oito na casa da loura. Uma senhora de meia idade abriu a porta com um sorriso e avisou que a filha estava no quarto. Karla achava a mãe de Lilian uma mulher muito simpática e de boas maneiras. Era sempre muito bem tratada quando ia a casa da amiga. Ao abrir a porta levou um susto, não parecia ser sua amiga a pessoa que estava ao espelho se maquiando.

- LILI! Que visual é esse?! – Karla estava visivelmente chocada.

- Não gostou? – Passou a mão pelos cabelos ao se virar para a amiga. Seu cabelo estava divido ao meio, repicado e armado de uma forma que lembrava asas angelicais.

- Não sei dizer... É muito retro. Você parece recém-saída de As panteras. Farrah Fawcett mandou lembranças... Sério, só falta a plataforma, a calça boca de sino e aquelas blusas com a gola do tamanho do mundo. Até o olho azul você tem. – Agora já estava um pouco mais acostumada com o novo visual da loura.

- Vou considerar isso um elogio. E eu achei que você ia colocar algo diferente, mas vejo que continua usando coturno por cima da calça e essa camiseta justa mostrando toda sua magreza. Não vai fazer uma maquiagem pesada, não?  A ruiva riu e então se abraçaram.

- Vou passar o lápis de olho e um batom preto. Só isso. – E após essa confirmação, elas voltaram a se arrumar. Lilian vestia uma camisa vermelha de gola v justa lisa com um colete preto com detalhes em cinza por cima, calça jeans escura e tênis. Saíram nove e meia da casa de Lilian e enfrentaram o ar gelado da noite nos quinze minutos de caminhada até o local do show com uma conversa animada, e seus anseios lhes corroendo o interior.

Para seu desespero, o que Lilian mais temia aconteceu. Sem nada ter para revistarem, já que deixaram suas bolsas em casa e trouxeram documento, dinheiro e celular nos bolsos, passaram direto na portaria. E caminharam para a multidão. Como fã, Karla não se contentava em assistir um pouco mais de longe. Foram se espremendo e escorregando para perto do palco, no meio da galera, que já estava animada com o som de estúdio que saia das caixas de som.

A banda de abertura não demorou muito a começar a tocar. A banda tinha cinco integrantes, uma garota esquisita como baterista, dois guitarristas, um cabeludo e um de cabelo espetado, uma baixista um pouco acima do peso e um vocalista estiloso. O som pesado proporcionou o ambiente perfeito para, segundo Lilian, os malucos de plantão se jogarem na multidão e a tão famigerada roda punk. E quando de trata da roda punk sempre fica aquele espaço perto do ‘circulo’, muitas vezes o refúgio de quem não quer participar. Enquanto Karla se empolgava com o som e os socos e cotoveladas da roda, Lilian se esquivava com sucesso dos ricocheteados. Mas no instante em que se preocupava com um grandalhão muito próximo que faria um estrago caso se chocassem na empolgação em que ele se encontrava, a loura sentiu algo duro se chocar contra suas costelas. Segurou o meliante automaticamente enquanto sorvia sua dor.

- Ai! Presta atenção! Não tá vendo que não to participando dessa merda?! – Gritou Lilian para a pessoa que segurava pelo braço, uma garota um pouco mais alta que ela. Era morena de olhos verdes, com uma pele tão banca que dava a impressão de manchar fácil. Seu cabelo preto longo estava em duas tranças onde se via pontas rebeldes em toda sua extensão. Usava maquiagem tão pesada que mal dava pra reconhecer seu rosto. Usava botas, calça jeans e blusão, tudo preto. Abriu um sorriso que Lilian achou muito bonito, o que a irritou ainda mais. Além do fato dela não saber qual era a conotação do mesmo.

- Foi mal! Me atiraram pra esse lado! – Gritou de volta a garota. O som estava tão alto que só gritando para se fazerem entender. A garota segurou gentilmente o braço da loura e reparou no relógio. O grandalhão se chocou contra a morena, que foi pra cima de Lilian tentando não machuca-la sem esboçar nenhuma reação de dor. – Desculpa. – Disse mais perto da loura. Voltou a olhar o pulso de Lilian e arregalou os olhos ao ver a hora. – Oh, não! Já está tarde... – Sussurrou, e Lilian não conseguiu entender. Antes que a loura pudesse responder, a morena lhe lançou um ultimo olhar e sumiu na multidão. Lilian ficou pensando que a garota não batia muito bem da cabeça enquanto alisava as costelas atingidas.

A galera se acalmou no intervalo de um show para outro e Lilian agradeceu por isso. Agora sua costela doía e Karla estava ao seu lado toda suada e com uma garrafa de vinho barato que não sabia de onde saíra nas mãos. As pessoas ao seu redor renovaram e todos vibravam com a expectativa do próximo show. A loura queria que tudo acabasse para que pudesse voltar pra casa o mais rápido possível.

 

 

Olhava para a plateia nos últimos segundos antes de começar. Quem procurava era de certa forma, fácil de achar. Não se vestia como o resto da multidão. E apesar de haver muitas louras, apostava todas as fichas que ela era a única ‘Farrah’ ali. Sorriu para si mesma quando encontrou. Conversava com uma ruiva. Por causa dela, não se importou em levar uma dura dos companheiros por ter ido se divertir um pouco na plateia com o som da banda que os abriu. Começou a pensar num jeito de falar com a loura de novo. Alargou o sorriso e correu para a ação.

 

 

As luzes se apagaram e o telão mostrou o nome da banda. A multidão foi ao delírio. O som pesado começou e as luzes se acenderam. Uma mulher entrou correndo no palco e começou a cantar. E também foi a primeira pessoa da banda a quem Lilian reparou. Usava botas e calça de vinil pretos, um top com detalhes que não conseguia distinguir que lembrava um corpete verde escuro, que deixava a mostra metade de sua barriga sexy. Seu cabelo preto era comprido e cortado em camadas cujas pontas rebeldes viravam para fora. Com cabelo rebelde cobrindo metade do rosto, Lilian reparou na maquiagem leve e no batom vermelho. Em seguida, viu o baterista musculoso sem camisa com calça preta larga e rasgada; uma guitarrista com blusa cheia de fivelas e uma saia com cinto de caveiras; um guitarrista com apenas um colete e calça de couro com botas; e um baixista grande cabeludo e barbudo com camiseta e calça preta com munhequeiras de Spike e cordões pesados.

Os músicos eram bons, a mulher cantava bem. A loura começava a pensar que não tinha sido uma má ideia ter vindo. Estava feliz por sua amiga estar tão fascinada e empolgada. Então o som começou a ficar pesado e a primeira coisa que apareceu foram as ‘rodinhas’ punk. Lilian soltou um suspiro e olhou para o lado para comentar algo com a amiga, mas esta havia sumido. Ela voltava a se divertir na roda punk. A loura desistiu e voltou a olhar para o palco. Então começou a reparar na vocalista. Ela era bonita e sensual, possuía presença de palco. Não era a toa que eles tinham ficado famosos. Mas ela tinha a sensação de já tê-la visto em algum lugar. E ficou a olhar a vocalista. Foi quando ela teve a sensação de que a vocalista lhe olhava de volta. Será que era coisa de sua imaginação? Então sentiu dedos em seu queixo.

- Fecha a boca, que tá caindo baba. – Gritou Karla para a amiga. Só aí Lilian percebeu que estava com a boca entreaberta. – Relaxa!Pode apostar que todo mundo aqui acha a Marianne gostosa. – Completou. E ambas caíram na gargalhada. – Aproveite o som, querida. Vou me divertir mais um pouco lá. – Ao dizer isso, voltou para a muvuca.

Lilian quase não via mais Karla e começava a se perguntar o motivo da amiga ter insistido tanto em tê-la como companhia. Pegou o celular e começou a digitar uma mensagem avisando que ia esperar o show terminar em um lugar mais calmo. Enquanto se distraia com a mensagem, não reparou que estava para acontecer algo diferente. A galera se amontoou perto dela e começou a vibrar. A vocalista, na maior empolgação, pulou na plateia que a segurou indo ao delírio. O plano era que as mãos lhe levassem de volta ao palco, mas alguém fraquejou e ela caiu. Um pouco antes de Lilian apertar ‘enviar’ em seu celular, sentiu algo vindo de cima, caindo praticamente em cima dela. Ela quase perdeu o equilíbrio e se segurou na pessoa que caiu para não ir ela mesma para o chão, se é que tinha muito espaço. Seu celular não teve a mesma sorte. Podia não ser do último modelo, mas era o único que tinha e seus pais não lhe dariam outro tão cedo.

- Porra! Você quebrou meu celular! – Gritou. E quando viu quem era, ficou com mais vontade de conseguir uma indenização pelo bem avariado. A vocalista Marianne olhava para ela com certa admiração. Antes que a multidão percebesse quem estava entre eles, ela foi ao ouvido da loura e disse apressada.

- Me encontra depois do show na grade que dá pro palco! – E saiu apressada em direção aos seguranças. A loura ficou sem entender muito bem, mas achou que seria melhor esperar ate depois do show e ver se conseguia falar com a vocalista. Passado o impacto, a loura se abaixou e pegou o celular. Constatou o óbvio, ele havia quebrado. O visor havia rachado e ele não ligava; se balançasse dava pra escutar barulho de algo solto dentro.

Chegou a ver a vocalista entrar no palco. Voltou cantando animada como se nada tivesse acontecido. Ficou esperando para ver se ela iria se jogar novamente, mas isso não aconteceu. Outros integrantes da banda se jogaram, e também pessoas da plateia que conseguiam subir em locais altos para fazer ação. Karla não apareceu mais e Lilian começou a ficar preocupada. Mas resolveu esperar o termino do show para tomar alguma atitude, ainda mais sem telefone.

Quando o show acabou, a loura exibia sua melhor cara de mal humorada. Encostou-se à grade e ficou observando a área ir esvaziando aos poucos. Nada da ruiva. Ela viu a morena terminando de descer a escada de ferro. A morena lhe olhou. Lilian não se moveu, ainda haviacerto espaço entre elas e uma grade. Marianne sorriu e pulou a grade. A loura achou o sorriso familiar e finalmente se endireitou. Só havia elas. Então a mais ou menos cinco metros, como se invocadas por magia, um grupo de garotas rodeou a vocalista.

Marianne continuou sorrindo, apesar da inesperada onda de tietes. Elas a fizeram dar autógrafos, apertos de mão, abraços e responder sobre turnê. Elas eram do fã clube. Agora a morena as reconhecia. Eram daquelas que estão em todos os shows possíveis. Enquanto respondia as perguntas tentando não parecer apressada, viu a loura se afastar para o outro lado, ainda perto das grades. Antes que ela se aborrecesse por ter sido interrompida, deu uma desculpa e fingiu voltar para o camarim. Assim que as fãs sumiram de vista, voltou para as grades e com grande alegria constatou que a loura ainda estava lá. Parecia esperar alguém.

- Desculpa a demora. – Disse se aproximando. A loura se virou furiosa.

- Sabe a quanto tempo eu estou te esperan... do.. – Na verdade, Lilian esperava que fosse Karla. Mas ver a vocalista não diminuiu sua raiva. Trocou a indignação e continuou. A morena não esperava tal reação.  Olha quem resolveu aparecer! Primeiro quebra meu celular, depois pede pra eu te encontrar por aqui e me deixa esperando uma eternidade!

- Calma! Já pedi desculpa por te deixar esperando! Eu não imaginava que elas iam estar por aqui! – Se a loura queria discutir, a morena sabia como fazer.

- Como não imaginava?! Vai dizer que você acha que não tem fãs?!

- Eu sei que tenho fãs! E sou grata por isso! Mas elas eram do fã clube e geralmente gurias do fã clube esperam a banda no portão do hotel!

- Eu não quero saber o que seu fã clube normalmente faz! – Lilian deu uma pausa para inspirar, e reparou que discutia por instinto. Enquanto discutiam teve a impressão de serem as únicas ali. O mundo se distanciou e só suas vozes ecoavam. Marianne já se sentia assim desde o momento que avistou a loura encostada na grade. – O que quero saber é o que fará com relação ao meu... – Mas ela não concluiu a frase. Marianne segurou Lilian pelo pescoço e pela cintura e a puxou para perto de si. Juntou seus lábios em seguida. Uma onda de sensações inundou seus corpos. Lilian não resistiu e logo envolveu a morena com os braços. Marianne, ao perceber que não tinha resistência, tirou a mão do pescoço e a colocou na companhia da outra na cintura da loura. Sentiam como se estivessem derretendo uma na outra. Antes que as mãos pudessem começar a explorar, o fôlego acabou e acabaram se afastando.  A morena se recompôs e passou a mão pelos cabelos.

- Sinto muito pelo seu celular. Estou disposta a lhe dar um novo. – Falou mansamente, tentando não ofegar. Ainda estava atordoada com o beijo. Não esperava que fosse mexer tanto com seus sentidos.

- Tudo bem. Podemos ver isso depois. Por enquanto preciso ligar pra minha amiga. – Lilian não conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer. Ganhar um beijo passional de uma desconhecida não estava na lista de coisas para aquela noite. Ainda mais a desconhecida sendo vocalista da banda principal da noite. Era um milagre que ainda conseguisse se lembrar da amiga.

- A guria ruiva? – Enfiou a mão no bolso da calça e pegou um aparelho. – Toma, use o meu. Só precisa colocar o código de área.

- Como você sabe? – Pegou o aparelho e constatou ser daqueles extremamente caros.

- Vi vocês do palco. – A morena sorriu enquanto a loura lhe lançava um olhar assustado. Lilian discou o numero que sabia de cabeça e ficou aliviada quando a amiga atendeu depois de chamar algumas vezes.

- Ka! Cadê você?! – Lilian quase gritou. Marianne ficou apenas observando.

- Tentei te ligar, mas fica dizendo que o número está desligado. Tá tudo bem?

- Eu to legal. Meu celular quebrou naquela hora que a...

- Marianne?

- Isso! Marianne. Na hora que ela pulou na plateia, ela meio que caiu em cima de mim, então meu celular caiu no chão e quebrou. Por que você ainda não está aqui?

- Que foda! Minha amiga falou com a Marianne! Desculpa, eu me entreti e quando voltava vi você de longe se pegando loucamente com alguém. Aí resolvi te deixar em paz. Pode deixar que não estou sozinha. Vou pra sua casa, como combinamos. Vou ligar pro seu irmão pra ele abrir a porta pra mim. Beijos, divirta-se! – E assim a ruiva desligou o telefone. Lilian ficou indignada com a atitude da amiga. Deu um suspiro e estendeu o telefone para a morena.

- Pode ficar com ele. Ganhei do patrocinador ontem. Gosto mais do meu antigo. E sua amiga? – Lilian se espantou com o gesto e ficou sem saber o que fazer com a mão. Marianne apenas sorria. – Vejo que sabe meu nome, mas eu não sei o seu.

- Lilian. Minha amiga resolveu voltar pra casa sem mim. Culpa sua por ter me agarrado! – A loura estava começando a explodir de novo.

- É uma pena. Estava louca para conhecê-la. Se não se importar, eu posso te acompanhar até em casa. – Lilian se espantou com o convite, o que a acalmou.

- Tudo bem. Não é muito longe daqui...

- Se importa de ir ao camarim comigo, pra eu pegar uma jaqueta? – Lilian apenas balançou a cabeça. – A propósito, adorei seu nome. – O elogio fez a loura corar. Marianne segurou gentilmente a mão de Lilian e a conduziu até o camarim. Lá encontrou um bilhete dos outros dizendo que já tinham ido para o hotel. Ela deu uma risada e pegou a jaqueta. Quando viu o blusão preto que usara bem mais cedo pendurado num cabide, resolveu trocar de blusa. Ficou de costas para Lilian e tirou o top verde. Lilian pode ver vários hematomas nas costas da morena. Achou melhor não comentar o que viu e continuou calada, mas aquela visão num geral a excitou. Vestiu o blusão e colocou a jaqueta por cima. – Vamos? Por favor, indique o caminho.

Elas seguiram conversando de mãos dadas. No caminho, encontraram uma praça. Na verdade era quase na esquina da casa de Lilian. Era madrugada, estava tudo deserto e só havia a iluminação artificial vinda do poste. Elas sentaram um conjunto de mesas e bancos de concreto que tinha embaixo de uma área coberta. Para os idosos jogarem xadrez a salvo da luz solar. Lilian sentou-se na mesa e Marianne no banco a sua frente. A morena observou enquanto a loura trocava o chip dos celulares.

- A caixa e o carregador estão no hotel. Gostaria de entregá-los. – Disse Marianne levantando entre as pernas de Lilian. Parou com o rosto bem perto do da loura. Encararam-se por alguns segundos e em seguida se beijaram. Dessa vez o beijo não foi tão apressado, embora continuasse passional. Agora, as mãos tiveram tempo de explorar. Ainda por cima das roupas, as mãos de Lilian se encontravam nas costas da outra, quando Marianne passou uma das mãos nas costelas, a loura tremeu e apertou as mãos contra as costas. Gemeu um ‘ai’ baixinho. – Desculpe pelas costelas. – Sua voz saiu meio rouca, mas o pedido fora sincero. Afastou-se um pouco e levantou a blusa da loura. Como não encontrou reação negativa, Levantou o suficiente para ver o roxo que ser formava. Beijou o local magoado. – Desculpe, não sabia que meu queixo era tão duro...

- O que? Eu sabia! Era você a garota da roda punk! No instante em que pisou no palco eu sabia que já tinha te visto em algum lugar. – Marianne sorriu maliciosamente. Terminou de levantar a blusa de Lilian e abocanhou delicadamente um seio enquanto acariciava gentilmente o outro. Instantaneamente, a loura soltou um gemido, arranhando tudo que suas mãos alcançavam. Ela começou a levantar o blusão da morena, sabia que por baixo não havia nada. Marianne voltou a lhe beijar e juntaram ainda mais seus corpos. Lilian conseguiu alcançar os seios da morena por baixo de todo aquele pano. Eram seios fartos e estavam excitados, isso lhe trouxe extrema satisfação. Quando começou a massagea-los, Marianne gemeu e estremeceu de prazer. – Oh! Juro que se não estivéssemos numa praça, eu arrancava sua roupa nesse exato momento! – Exclamou a loura ofegante. A morena sorriu.

- Quero só ver... – Mas nesse momento, todo o clima foi desfeito com um singelo som vindo do braço de Lilian.

- Hora certa... – Lilian tirou o braço em questão de dentro da blusa de Marianne. – Nossa! Já são três da manha! – A loura olhou perdida para a morena. – Preciso ir pra casa. Marianne soltou um suspiro indecifrável, mas a loura parecia mais chateada que ela.

- Tudo bem. Quero te ver de novo. Poderia por gentileza me dizer seu número de telefone? – Disse a morena enquanto ajeitava a roupa da loura.

- Mas não tenho caneta. E acho que nem você.

- Minha memória é muito boa. Apenas falando será suficiente. – Lilian não insistiu, apenas disse seu numero. Ouvindo com atenção, Marianne terminou de montar seu antigo telefone, que havia sido deixado de lado por causa dos amassos, e o ligou. Após preencher todos os pré-requisitos pra inclusão do novo usuário no sistema do aparelho, a morena digitou seu numero e o salvou. Efetuou uma breve ligação para si mesma. – Só pra garantir. – Disse sorrindo.

Em três minutos elas chegaram ao portão da casa de Lilian. Um abraço e um último beijo como despedida. Marianne sussurrou um ‘te ligo’ ao ouvido da loura, que sorriu. Lilian tentou não fazer barulho enquanto entrava em casa. Ao entrar no quarto, reparou num volume ao lado de sua cama. Karla já havia chegado e estava dormindo. Nem se deu o trabalho de tirar a roupa. Descalçou os tênis e caiu na cama. Estava feliz por ter ido ao show. Dormiu sentindo cheiro de Marianne que ainda estava em suas roupas. Seu último pensamento foi se contava a Karla o que havia acontecido, ou não.


Fim.

[Original - Em capítulos] Como fazer um filme sobre amor verdadeiro |Capítulo 18

Como fazer um filme sobre amor verdadeiro

Repensando alguns conceitos

Audrey ainda não acreditava no que tinha feito. Estava se sentindo uma criança que havia feito algo errado e que fora pega no ato. E como uma criança, fugiu da cena do 'crime'. Foi para o quarto com um discreto "vou me trocar". "Mas estava tão gostoso..." pensou, "Por que o Todd teve que atrapalhar entrando no quarto como... como... uma bicha louca?! Ai! Eu não acredito! Como não percebi isso antes? Estava tão na cara... Como pude achar que eles eram namorados?". Ela estava tão chocada com a descoberta e anestesiada com a situação geral que nem percebeu que estava se sentindo aliviada por descobrir que Todd Harris era gay. Estava tão feliz em saber que Janeth era solteira. Jogou-se na cama com um grande sorriso no rosto e começou a analisar os entalhes do dossel. Espreguiçou-se levantando os braços e entrelaçando os dedos. Tomou choque de realidade. Visualizou em seu dedo anelar direito um grosso anel prateado que havia ganhado de Antony quando fizeram seis meses de namoro. O sorriso desapareceu de seus lábios. A consciência começou a pesar, ela achava que havia traído o namorado e começava a ficar mal com isso, mesmo não tendo mais toda aquela paixão que sentia quando começaram. Em seu íntimo, ela sentia que sua relação com ele estava diferente, tinha alguma coisa errada com ele desde a festa do filme, ela só o sabia o que era. Então resolveu que por enquanto ia parar de pensar nesses assuntos. Ia parar de pensar em Antony e em Janeth pelo menos pelo tempo que desse para tomar uma ducha fria. Levantou da cama e foi caminhando até o banheiro lentamente como um zumbi. Despiu-se e entrou embaixo do chuveiro, nem se deu o trabalho de trancar a porta.


- Droga! Por que eu fiz aquilo?!  Perguntou-se socando a parede. "Ela estava tão sexy... Tentou me impedir, mas correspondeu ao beijo, por quê? Por quê?". Começou lembrar-se do beijo e suas sensações. Lembrou-se da língua de Janeth na sua, das mãos que procuravam explorar cada centímetro de sue corpo. Audrey começou a se sentir quente, sentia que se fosse tocada de novo explodiria. Ela tinha que canalizar essa energia para algum lugar, inconscientemente, começou a se tocar. Não se preocupou em abafar alguns gemidos que insistiam em sair. Apenas se deu conta do que estava fazendo quando sentiu um líquido quente lhe escorrendo por entre as pernas. Suspirou. - Acho melhor sair... 

Ela saiu do banheiro nua e vestiu uma roupa. Qualquer uma, já que não estava com paciência para escolher. Decidiu ir para o bar do hotel esperar a hora de saírem. Chegou na porta do quarto e escutou Todd falando.
- ... Você entende o que isso significa? Ela está aqui. Ela está aqui!... - Será que estavam falando dela? Não quis ficar para terminar de escutar. Entrou na sala como se nada tivesse acontecido.
- Vou para o bar. Quando der a hora de sair, me avise, por favor. - Disse Audrey.
- Pode deixar. - Respondeu Todd com um sorriso.
- Mas e o seu lanche? Ele já chegou. - Perguntou Janeth. Audrey teve que olhar para ela. Sentiu seu rosto queimar numa mescla de 'coisas' que ainda não sabia explicar com o que acabara de acontecer em sua ducha fria.
Deixe-o aí que quando chegar eu decido o que fazer. Até mais. - Respondeu depressa e saiu. Janeth e Todd ficaram parados no meio da sala confusos com a reação de Audrey.

No bar, Audrey encontra Ray e vai a seu encontro.

Capítulo 18  Fim