Aqui estou com mais um Oneshot original! Esse foi escrito a pedido de uma amiga. Na época, que incrivelmente não faz muito tempo, eu estava viciada numa música chamada Dirty little secret do The all-american regects. Por isso o nome!
Gênero: Yuri, romance, show.
Sinopse: Lilian foi obrigada a ir a um show de metal por sua amiga. Mas um esbarrão pode acabar mudando sua opinião negativa sobre o evento.
Dirty little Secret
Ainda se perguntava por que tinha aceitado o convite de sua melhor amiga. Era algo bem simples na verdade, mas isso lhe deixava um tanto aflita. Sua amiga lhe pedira encarecidamente para que a acompanhasse num show de metal. Ela não tinha nada contra o estilo musical, mas alguns de seus adeptos lhe deixavam um tanto quanto assustada. Sua amiga era uma das exceções, talvez por ser de longa data. Com relação às vestimentas, ela não poderia reclamar. Seu estilo favorito de musica era outra vertente do rock. Preferia hard rock e se vestia como tal sempre que podia, e principalmente em shows e festivais.
- Poxa Karla, tem que ser eu mesmo? – Quis confirmar, ainda relutante, com sua amiga.
- Claro, Lili! Você sabe que sempre quis que essa banda tocasse aqui. É uma oportunidade de ouro! Vai poder dizer aos seus netos que foi ao primeiro show da banda mais fodastica do metal em nossa cidade. – Karla lhe confirmou totalmente animada. Karla era uma garota toda pequenininha. E a única coisa que se destacava nela eram seus longos cabelos vermelhos frisados. Lilian suspirou.
- Eles não são a banda mais fodastica do metal. E você sabe que o máximo que eu terei é sobrinhos-netos. Eu não estou a fim de contar pra eles como sua tia-avó saiu cheia de hematomas de um show que ela nem queria ir. – Lilian estava assumindo uma posição meio sarcástica. Ela era um pouco mais alta que a amiga, mas seu corpo era bem mais recheado. Seus cabelos dourados balançavam enquanto gesticulava.
- Qual é! Qual é a graça de ir a um show de rock e não sair de lá roxa por causa da roda punk?
- Não ficar doída e machucada por uma semana?
- Aff! Você não precisa participar da roda punk. Se te deixa feliz, a banda que vai abriro show é boa e toca um metal mais levinho. Sabia que eles já têm uma super fanbase? Pessoas de outros estados virão só pra vê-los. – Karla queria desviar a amiga do ponto que a fazia não querer ir a shows. Lilian abriu a boca, mas a ruiva continuou. – Não adianta você mudar de ideia agora, já comprei nossos ingressos. – E encerrou a discussão com um sorriso vitorioso. Lilian suspirou desanimada e tentou pensar em outra coisa. Faltava um mês para o ‘acontecimento do ano’, segundo Karla.
Para ambas foram quatro semanas arrastadas e fastidiosas. Uma se dava pela ansiedade de um acontecimento a muito desejado, outra pela consternação de passar as piores horas de sua vida. Numa demonstração de revolta, Lilian passou num salão de beleza no dia que antecedia o show e deu uma repaginada no visual. O combinado era que Karla passaria na casa da loura e então iriam juntas ao local do show, que era relativamente perto. E voltariam juntas quando o show terminasse.
A ruiva tocou um pouco depois das oito na casa da loura. Uma senhora de meia idade abriu a porta com um sorriso e avisou que a filha estava no quarto. Karla achava a mãe de Lilian uma mulher muito simpática e de boas maneiras. Era sempre muito bem tratada quando ia a casa da amiga. Ao abrir a porta levou um susto, não parecia ser sua amiga a pessoa que estava ao espelho se maquiando.
- LILI! Que visual é esse?! – Karla estava visivelmente chocada.
- Não gostou? – Passou a mão pelos cabelos ao se virar para a amiga. Seu cabelo estava divido ao meio, repicado e armado de uma forma que lembrava asas angelicais.
- Não sei dizer... É muito retro. Você parece recém-saída de As panteras. Farrah Fawcett mandou lembranças... Sério, só falta a plataforma, a calça boca de sino e aquelas blusas com a gola do tamanho do mundo. Até o olho azul você tem. – Agora já estava um pouco mais acostumada com o novo visual da loura.
- Vou considerar isso um elogio. E eu achei que você ia colocar algo diferente, mas vejo que continua usando coturno por cima da calça e essa camiseta justa mostrando toda sua magreza. Não vai fazer uma maquiagem pesada, não? – A ruiva riu e então se abraçaram.
- Vou passar o lápis de olho e um batom preto. Só isso. – E após essa confirmação, elas voltaram a se arrumar. Lilian vestia uma camisa vermelha de gola v justa lisa com um colete preto com detalhes em cinza por cima, calça jeans escura e tênis. Saíram nove e meia da casa de Lilian e enfrentaram o ar gelado da noite nos quinze minutos de caminhada até o local do show com uma conversa animada, e seus anseios lhes corroendo o interior.
Para seu desespero, o que Lilian mais temia aconteceu. Sem nada ter para revistarem, já que deixaram suas bolsas em casa e trouxeram documento, dinheiro e celular nos bolsos, passaram direto na portaria. E caminharam para a multidão. Como fã, Karla não se contentava em assistir um pouco mais de longe. Foram se espremendo e escorregando para perto do palco, no meio da galera, que já estava animada com o som de estúdio que saia das caixas de som.
A banda de abertura não demorou muito a começar a tocar. A banda tinha cinco integrantes, uma garota esquisita como baterista, dois guitarristas, um cabeludo e um de cabelo espetado, uma baixista um pouco acima do peso e um vocalista estiloso. O som pesado proporcionou o ambiente perfeito para, segundo Lilian, os malucos de plantão se jogarem na multidão e a tão famigerada roda punk. E quando de trata da roda punk sempre fica aquele espaço perto do ‘circulo’, muitas vezes o refúgio de quem não quer participar. Enquanto Karla se empolgava com o som e os socos e cotoveladas da roda, Lilian se esquivava com sucesso dos ricocheteados. Mas no instante em que se preocupava com um grandalhão muito próximo que faria um estrago caso se chocassem na empolgação em que ele se encontrava, a loura sentiu algo duro se chocar contra suas costelas. Segurou o meliante automaticamente enquanto sorvia sua dor.
- Ai! Presta atenção! Não tá vendo que não to participando dessa merda?! – Gritou Lilian para a pessoa que segurava pelo braço, uma garota um pouco mais alta que ela. Era morena de olhos verdes, com uma pele tão banca que dava a impressão de manchar fácil. Seu cabelo preto longo estava em duas tranças onde se via pontas rebeldes em toda sua extensão. Usava maquiagem tão pesada que mal dava pra reconhecer seu rosto. Usava botas, calça jeans e blusão, tudo preto. Abriu um sorriso que Lilian achou muito bonito, o que a irritou ainda mais. Além do fato dela não saber qual era a conotação do mesmo.
- Foi mal! Me atiraram pra esse lado! – Gritou de volta a garota. O som estava tão alto que só gritando para se fazerem entender. A garota segurou gentilmente o braço da loura e reparou no relógio. O grandalhão se chocou contra a morena, que foi pra cima de Lilian tentando não machuca-la sem esboçar nenhuma reação de dor. – Desculpa. – Disse mais perto da loura. Voltou a olhar o pulso de Lilian e arregalou os olhos ao ver a hora. – Oh, não! Já está tarde... – Sussurrou, e Lilian não conseguiu entender. Antes que a loura pudesse responder, a morena lhe lançou um ultimo olhar e sumiu na multidão. Lilian ficou pensando que a garota não batia muito bem da cabeça enquanto alisava as costelas atingidas.
A galera se acalmou no intervalo de um show para outro e Lilian agradeceu por isso. Agora sua costela doía e Karla estava ao seu lado toda suada e com uma garrafa de vinho barato que não sabia de onde saíra nas mãos. As pessoas ao seu redor renovaram e todos vibravam com a expectativa do próximo show. A loura queria que tudo acabasse para que pudesse voltar pra casa o mais rápido possível.
Olhava para a plateia nos últimos segundos antes de começar. Quem procurava era de certa forma, fácil de achar. Não se vestia como o resto da multidão. E apesar de haver muitas louras, apostava todas as fichas que ela era a única ‘Farrah’ ali. Sorriu para si mesma quando encontrou. Conversava com uma ruiva. Por causa dela, não se importou em levar uma dura dos companheiros por ter ido se divertir um pouco na plateia com o som da banda que os abriu. Começou a pensar num jeito de falar com a loura de novo. Alargou o sorriso e correu para a ação.
As luzes se apagaram e o telão mostrou o nome da banda. A multidão foi ao delírio. O som pesado começou e as luzes se acenderam. Uma mulher entrou correndo no palco e começou a cantar. E também foi a primeira pessoa da banda a quem Lilian reparou. Usava botas e calça de vinil pretos, um top com detalhes que não conseguia distinguir que lembrava um corpete verde escuro, que deixava a mostra metade de sua barriga sexy. Seu cabelo preto era comprido e cortado em camadas cujas pontas rebeldes viravam para fora. Com cabelo rebelde cobrindo metade do rosto, Lilian reparou na maquiagem leve e no batom vermelho. Em seguida, viu o baterista musculoso sem camisa com calça preta larga e rasgada; uma guitarrista com blusa cheia de fivelas e uma saia com cinto de caveiras; um guitarrista com apenas um colete e calça de couro com botas; e um baixista grande cabeludo e barbudo com camiseta e calça preta com munhequeiras de Spike e cordões pesados.
Os músicos eram bons, a mulher cantava bem. A loura começava a pensar que não tinha sido uma má ideia ter vindo. Estava feliz por sua amiga estar tão fascinada e empolgada. Então o som começou a ficar pesado e a primeira coisa que apareceu foram as ‘rodinhas’ punk. Lilian soltou um suspiro e olhou para o lado para comentar algo com a amiga, mas esta havia sumido. Ela voltava a se divertir na roda punk. A loura desistiu e voltou a olhar para o palco. Então começou a reparar na vocalista. Ela era bonita e sensual, possuía presença de palco. Não era a toa que eles tinham ficado famosos. Mas ela tinha a sensação de já tê-la visto em algum lugar. E ficou a olhar a vocalista. Foi quando ela teve a sensação de que a vocalista lhe olhava de volta. Será que era coisa de sua imaginação? Então sentiu dedos em seu queixo.
- Fecha a boca, que tá caindo baba. – Gritou Karla para a amiga. Só aí Lilian percebeu que estava com a boca entreaberta. – Relaxa!Pode apostar que todo mundo aqui acha a Marianne gostosa. – Completou. E ambas caíram na gargalhada. – Aproveite o som, querida. Vou me divertir mais um pouco lá. – Ao dizer isso, voltou para a muvuca.
Lilian quase não via mais Karla e começava a se perguntar o motivo da amiga ter insistido tanto em tê-la como companhia. Pegou o celular e começou a digitar uma mensagem avisando que ia esperar o show terminar em um lugar mais calmo. Enquanto se distraia com a mensagem, não reparou que estava para acontecer algo diferente. A galera se amontoou perto dela e começou a vibrar. A vocalista, na maior empolgação, pulou na plateia que a segurou indo ao delírio. O plano era que as mãos lhe levassem de volta ao palco, mas alguém fraquejou e ela caiu. Um pouco antes de Lilian apertar ‘enviar’ em seu celular, sentiu algo vindo de cima, caindo praticamente em cima dela. Ela quase perdeu o equilíbrio e se segurou na pessoa que caiu para não ir ela mesma para o chão, se é que tinha muito espaço. Seu celular não teve a mesma sorte. Podia não ser do último modelo, mas era o único que tinha e seus pais não lhe dariam outro tão cedo.
- Porra! Você quebrou meu celular! – Gritou. E quando viu quem era, ficou com mais vontade de conseguir uma indenização pelo bem avariado. A vocalista Marianne olhava para ela com certa admiração. Antes que a multidão percebesse quem estava entre eles, ela foi ao ouvido da loura e disse apressada.
- Me encontra depois do show na grade que dá pro palco! – E saiu apressada em direção aos seguranças. A loura ficou sem entender muito bem, mas achou que seria melhor esperar ate depois do show e ver se conseguia falar com a vocalista. Passado o impacto, a loura se abaixou e pegou o celular. Constatou o óbvio, ele havia quebrado. O visor havia rachado e ele não ligava; se balançasse dava pra escutar barulho de algo solto dentro.
Chegou a ver a vocalista entrar no palco. Voltou cantando animada como se nada tivesse acontecido. Ficou esperando para ver se ela iria se jogar novamente, mas isso não aconteceu. Outros integrantes da banda se jogaram, e também pessoas da plateia que conseguiam subir em locais altos para fazer ação. Karla não apareceu mais e Lilian começou a ficar preocupada. Mas resolveu esperar o termino do show para tomar alguma atitude, ainda mais sem telefone.
Quando o show acabou, a loura exibia sua melhor cara de mal humorada. Encostou-se à grade e ficou observando a área ir esvaziando aos poucos. Nada da ruiva. Ela viu a morena terminando de descer a escada de ferro. A morena lhe olhou. Lilian não se moveu, ainda haviacerto espaço entre elas e uma grade. Marianne sorriu e pulou a grade. A loura achou o sorriso familiar e finalmente se endireitou. Só havia elas. Então a mais ou menos cinco metros, como se invocadas por magia, um grupo de garotas rodeou a vocalista.
Marianne continuou sorrindo, apesar da inesperada onda de tietes. Elas a fizeram dar autógrafos, apertos de mão, abraços e responder sobre turnê. Elas eram do fã clube. Agora a morena as reconhecia. Eram daquelas que estão em todos os shows possíveis. Enquanto respondia as perguntas tentando não parecer apressada, viu a loura se afastar para o outro lado, ainda perto das grades. Antes que ela se aborrecesse por ter sido interrompida, deu uma desculpa e fingiu voltar para o camarim. Assim que as fãs sumiram de vista, voltou para as grades e com grande alegria constatou que a loura ainda estava lá. Parecia esperar alguém.
- Desculpa a demora. – Disse se aproximando. A loura se virou furiosa.
- Sabe a quanto tempo eu estou te esperan... do.. – Na verdade, Lilian esperava que fosse Karla. Mas ver a vocalista não diminuiu sua raiva. Trocou a indignação e continuou. A morena não esperava tal reação. – Olha quem resolveu aparecer! Primeiro quebra meu celular, depois pede pra eu te encontrar por aqui e me deixa esperando uma eternidade!
- Calma! Já pedi desculpa por te deixar esperando! Eu não imaginava que elas iam estar por aqui! – Se a loura queria discutir, a morena sabia como fazer.
- Como não imaginava?! Vai dizer que você acha que não tem fãs?!
- Eu sei que tenho fãs! E sou grata por isso! Mas elas eram do fã clube e geralmente gurias do fã clube esperam a banda no portão do hotel!
- Eu não quero saber o que seu fã clube normalmente faz! – Lilian deu uma pausa para inspirar, e reparou que discutia por instinto. Enquanto discutiam teve a impressão de serem as únicas ali. O mundo se distanciou e só suas vozes ecoavam. Marianne já se sentia assim desde o momento que avistou a loura encostada na grade. – O que quero saber é o que fará com relação ao meu... – Mas ela não concluiu a frase. Marianne segurou Lilian pelo pescoço e pela cintura e a puxou para perto de si. Juntou seus lábios em seguida. Uma onda de sensações inundou seus corpos. Lilian não resistiu e logo envolveu a morena com os braços. Marianne, ao perceber que não tinha resistência, tirou a mão do pescoço e a colocou na companhia da outra na cintura da loura. Sentiam como se estivessem derretendo uma na outra. Antes que as mãos pudessem começar a explorar, o fôlego acabou e acabaram se afastando. A morena se recompôs e passou a mão pelos cabelos.
- Sinto muito pelo seu celular. Estou disposta a lhe dar um novo. – Falou mansamente, tentando não ofegar. Ainda estava atordoada com o beijo. Não esperava que fosse mexer tanto com seus sentidos.
- Tudo bem. Podemos ver isso depois. Por enquanto preciso ligar pra minha amiga. – Lilian não conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer. Ganhar um beijo passional de uma desconhecida não estava na lista de coisas para aquela noite. Ainda mais a desconhecida sendo vocalista da banda principal da noite. Era um milagre que ainda conseguisse se lembrar da amiga.
- A guria ruiva? – Enfiou a mão no bolso da calça e pegou um aparelho. – Toma, use o meu. Só precisa colocar o código de área.
- Como você sabe? – Pegou o aparelho e constatou ser daqueles extremamente caros.
- Vi vocês do palco. – A morena sorriu enquanto a loura lhe lançava um olhar assustado. Lilian discou o numero que sabia de cabeça e ficou aliviada quando a amiga atendeu depois de chamar algumas vezes.
- Ka! Cadê você?! – Lilian quase gritou. Marianne ficou apenas observando.
- Tentei te ligar, mas fica dizendo que o número está desligado. Tá tudo bem?
- Eu to legal. Meu celular quebrou naquela hora que a...
- Marianne?
- Isso! Marianne. Na hora que ela pulou na plateia, ela meio que caiu em cima de mim, então meu celular caiu no chão e quebrou. Por que você ainda não está aqui?
- Que foda! Minha amiga falou com a Marianne! Desculpa, eu me entreti e quando voltava vi você de longe se pegando loucamente com alguém. Aí resolvi te deixar em paz. Pode deixar que não estou sozinha. Vou pra sua casa, como combinamos. Vou ligar pro seu irmão pra ele abrir a porta pra mim. Beijos, divirta-se! – E assim a ruiva desligou o telefone. Lilian ficou indignada com a atitude da amiga. Deu um suspiro e estendeu o telefone para a morena.
- Pode ficar com ele. Ganhei do patrocinador ontem. Gosto mais do meu antigo. E sua amiga? – Lilian se espantou com o gesto e ficou sem saber o que fazer com a mão. Marianne apenas sorria. – Vejo que sabe meu nome, mas eu não sei o seu.
- Lilian. Minha amiga resolveu voltar pra casa sem mim. Culpa sua por ter me agarrado! – A loura estava começando a explodir de novo.
- É uma pena. Estava louca para conhecê-la. Se não se importar, eu posso te acompanhar até em casa. – Lilian se espantou com o convite, o que a acalmou.
- Tudo bem. Não é muito longe daqui...
- Se importa de ir ao camarim comigo, pra eu pegar uma jaqueta? – Lilian apenas balançou a cabeça. – A propósito, adorei seu nome. – O elogio fez a loura corar. Marianne segurou gentilmente a mão de Lilian e a conduziu até o camarim. Lá encontrou um bilhete dos outros dizendo que já tinham ido para o hotel. Ela deu uma risada e pegou a jaqueta. Quando viu o blusão preto que usara bem mais cedo pendurado num cabide, resolveu trocar de blusa. Ficou de costas para Lilian e tirou o top verde. Lilian pode ver vários hematomas nas costas da morena. Achou melhor não comentar o que viu e continuou calada, mas aquela visão num geral a excitou. Vestiu o blusão e colocou a jaqueta por cima. – Vamos? Por favor, indique o caminho.
Elas seguiram conversando de mãos dadas. No caminho, encontraram uma praça. Na verdade era quase na esquina da casa de Lilian. Era madrugada, estava tudo deserto e só havia a iluminação artificial vinda do poste. Elas sentaram um conjunto de mesas e bancos de concreto que tinha embaixo de uma área coberta. Para os idosos jogarem xadrez a salvo da luz solar. Lilian sentou-se na mesa e Marianne no banco a sua frente. A morena observou enquanto a loura trocava o chip dos celulares.
- A caixa e o carregador estão no hotel. Gostaria de entregá-los. – Disse Marianne levantando entre as pernas de Lilian. Parou com o rosto bem perto do da loura. Encararam-se por alguns segundos e em seguida se beijaram. Dessa vez o beijo não foi tão apressado, embora continuasse passional. Agora, as mãos tiveram tempo de explorar. Ainda por cima das roupas, as mãos de Lilian se encontravam nas costas da outra, quando Marianne passou uma das mãos nas costelas, a loura tremeu e apertou as mãos contra as costas. Gemeu um ‘ai’ baixinho. – Desculpe pelas costelas. – Sua voz saiu meio rouca, mas o pedido fora sincero. Afastou-se um pouco e levantou a blusa da loura. Como não encontrou reação negativa, Levantou o suficiente para ver o roxo que ser formava. Beijou o local magoado. – Desculpe, não sabia que meu queixo era tão duro...
- O que? Eu sabia! Era você a garota da roda punk! No instante em que pisou no palco eu sabia que já tinha te visto em algum lugar. – Marianne sorriu maliciosamente. Terminou de levantar a blusa de Lilian e abocanhou delicadamente um seio enquanto acariciava gentilmente o outro. Instantaneamente, a loura soltou um gemido, arranhando tudo que suas mãos alcançavam. Ela começou a levantar o blusão da morena, sabia que por baixo não havia nada. Marianne voltou a lhe beijar e juntaram ainda mais seus corpos. Lilian conseguiu alcançar os seios da morena por baixo de todo aquele pano. Eram seios fartos e estavam excitados, isso lhe trouxe extrema satisfação. Quando começou a massagea-los, Marianne gemeu e estremeceu de prazer. – Oh! Juro que se não estivéssemos numa praça, eu arrancava sua roupa nesse exato momento! – Exclamou a loura ofegante. A morena sorriu.
- Quero só ver... – Mas nesse momento, todo o clima foi desfeito com um singelo som vindo do braço de Lilian.
- Hora certa... – Lilian tirou o braço em questão de dentro da blusa de Marianne. – Nossa! Já são três da manha! – A loura olhou perdida para a morena. – Preciso ir pra casa. Marianne soltou um suspiro indecifrável, mas a loura parecia mais chateada que ela.
- Tudo bem. Quero te ver de novo. Poderia por gentileza me dizer seu número de telefone? – Disse a morena enquanto ajeitava a roupa da loura.
- Mas não tenho caneta. E acho que nem você.
- Minha memória é muito boa. Apenas falando será suficiente. – Lilian não insistiu, apenas disse seu numero. Ouvindo com atenção, Marianne terminou de montar seu antigo telefone, que havia sido deixado de lado por causa dos amassos, e o ligou. Após preencher todos os pré-requisitos pra inclusão do novo usuário no sistema do aparelho, a morena digitou seu numero e o salvou. Efetuou uma breve ligação para si mesma. – Só pra garantir. – Disse sorrindo.
Em três minutos elas chegaram ao portão da casa de Lilian. Um abraço e um último beijo como despedida. Marianne sussurrou um ‘te ligo’ ao ouvido da loura, que sorriu. Lilian tentou não fazer barulho enquanto entrava em casa. Ao entrar no quarto, reparou num volume ao lado de sua cama. Karla já havia chegado e estava dormindo. Nem se deu o trabalho de tirar a roupa. Descalçou os tênis e caiu na cama. Estava feliz por ter ido ao show. Dormiu sentindo cheiro de Marianne que ainda estava em suas roupas. Seu último pensamento foi se contava a Karla o que havia acontecido, ou não.
Fim.