segunda-feira, 10 de junho de 2013

[Original - Em Capítulo] Kinjirareta Asobi | Capítulo 7


Kinjirareta Asobi

Capítulo 7


O longo silencio fora quebrado.

- Você estava ótima. – Disse Emilie baixinho. – Tem certeza que foi sua primeira vez?
- Absoluta. Para falar a verdade, nem sei como eu consegui. – A voz de Camille ainda saia rouca pelo cansaço.
- Huhuh. Você é, realmente, uma pessoa interessante.
- Você fala como se esse tipo de coisa não fosse novidade.
- Hm... É por que não foi a minha primeira vez.. – Respondeu fazendo uma cara séria e, internamente, expressando dor.
- Ultimamente você tem me surpreendido muito. – Disse Camille, percebendo a expressão de Emilie. – Então, Como foi? – Perguntou curiosa e com uma certa malícia.
- Acho que eu realmente deveria te contar, se eu quiser... – Parou, pois quase disse algo que deixaria Camille assustada, e enrubesceu. 
- O que?
- Deixa pra lá...
- Agora eu fiquei curiosa!

Emilie soltou Camille, pois ainda estavam abraçadas, e sentou na cama. Olhou fundo nos olhos de Camille:

- Olha, o que eu vou lhe contar é um segredo absoluto, e é algo que venho evitando até de lembrar.
- Entendo...- Disse Camille retribuindo o olhar. – Estou ouvindo, prometo não falar nada até você terminar.

- Obrigada. – Emilie desviou o olhar para o teto, mesmo com a baixa luminosidade do quarto, pois só a luz da lua entrava pela janela. Ela não conseguiria falar olhando para Camille. – Há alguns anos, eu conheci uma garota. Nós não estudávamos juntas, mas estávamos sempre uma com a outra. Um dia ela disse que me amava profundamente, eu não soube o que dizer, mas sabia que sentia algo diferente por ela. Mesmo com vergonha, resolvi apostar naquele relacionamento. Não demorou muito e eu contei para os meus pais. Me assustei quando eles disseram que aceitavam meu relacionamento com uma garota. Com ela, vivi os melhores momentos da minha vida, até então. Nela dei meu primeiro beijo. Minha primeira vez foi com ela. Ela me ensinou muito. Com o passar do tempo, ficávamos cada vez mais unidas. Resolvemos, então, viajar juntas. No dia marcado, eu a esperei e ela não apareceu. Voltei decepcionada para casa. Quando cheguei, minha mãe me deu a notícia de que detetives encontraram uma carta endereçada a mim nos pertences de uma jovem que sofrera um acidente de carro. Imediatamente fomos ao departamento para ver a tal carta. Depois que li a minha carta, entrei em estado de choque. Nela dizia: “Emilie, sinto muito, mas não posso mais ficar com você. Até que eu gostava de você, mas agora me casarei, e não dá mais para ficar brincando de casinha. Sabe aquele cara que te apresentei como um amigo? É ele. Adeus.”. Não conseguia acreditar que a pessoa que eu tanto amei estava morta e que, ao mesmo tempo, tinha sido dispensada. Mesmo assim eu queria provas. Bem, eles não podiam me negar, já que eu tinha ligação com a vítima. Ao ver o corpo, mesmo com o rosto desfigurado, eu a reconheci, pois conhecia cada parte do seu corpo. Depois disso, entrei em depressão, não queria fazer mais nada além de ficar deitada na cama olhando o teto. No tratamento, o psiquiatra disse que seria bom se eu passasse a morar sozinha. Passei um ano e meio morando em um hotel. Depôs da morte dela, tive muitos outros relacionamentos, mas nenhum durava mais que três meses. Eu achava que nunca iria me apaixonar de novo, ser capaz de amar outra pessoa daquele jeito. Sabe o diário? – Camille acena com a cabeça  positivamente. – Foi recomendação do psiquiatra e até que ajuda bastante. Mas quando me mudei para esta cidade, a minha vida mudou. E agora estou aqui, com uma pessoa maravilhosa ao meu lado. – Olha para Camille com o rosto cheio de lágrimas silenciosas, Emilie a encontrou do mesmo jeito que a deixara. Sem dizer uma palavra, Camille se movimenta até Emilie e a abraça por trás. Mas do jeito que estavam, este gesto fez Emilie estremecer.

- Você gostava muito dela, não é? – Perguntou Camille baixinho ao pé do ouvido.
- Sim... – Respondeu Emilie com a voz rouca.
- Então, guarde as boas lembranças dela e sinta-se a vontade para lembrar e, se quiser, pode compartilhá-las comigo. Mas, por favor, faça boas lembranças comigo também. – Disse Camille gentilmente. Emilie não esperava uma resposta dessas.
- Com certeza eu farei. – Falou voltando-se para Camille e a abraçando com tanta força que caíram na cama. Emilie começou a chorar descontroladamente, em cima de Camille. Esta apenas a abraçou forte, fora o suficiente.
- Emilie, posso fazer uma pergunta?
- Pode... – Ainda chorando.
- Qual era o hotel?
- O hotel da sua família... Foi no da franquia da minha cidade. No daqui, fiquei poucos meses. – Respondeu, parando de chorar.
- Nossa! Será que não chegamos a nos ver? Não consigo me lembrar.
- Não sei se você me viu, mas eu te via sempre. Mas como você só aparecia na hora do almoço, eu achava que você ia lá só para almoçar. E eu sempre ficava em um canto, isolada. 
- Pensando bem, acho que me lembro de você, sim. Era você a garota que estava sempre olhando o aquário?
- Aquele aquário é muito lindo.
- Concordo. Sabe, de onde eu ficava sentada dava para te ver. Fiquei espantada quando te vi no colégio, no primeiro dia de aula, e mais ainda quando te vi na minha sala.
- Eu também me senti assim. –Disse Emilie saindo de cima de Camille, deitando-se ao lado dela e segurando sua mão. – Bom, já está tarde para sair, que tal tomarmos um banho e irmos dormir?
- Hum... Não quero! Quero ficar mais um pouco assim. – Respondeu virando-se para Emilie e passando o outro braço pela cintura.
- Você é quem sabe. – Ao dizer isto ganhou um beijo.

Elas passaram para debaixo do lençol e dormiram daquele jeito. Não sabiam que horas eram e nem souberam que horas acordaram. Mas quando acordaram, não trocaram palavras, mas beijos e uns ‘amassos’. Em seguida, foram tomar banho, juntas. Um banho de banheira relaxante, tão relaxante que já estavam entrando num clima completamente romântico. Sem dar tempo para nada, o interfone tocou. Meio chateada, Emilie fora atender o interfone. Eram os pais de Camille. Ela se assustou. E foi avisar a Camille.
- Camille, são seus pais!
- O quê?! Como?
- Eu também não sei! Eles já estão subindo, eu vou atendê-los e dizer que você está tomando banho. Depois você aparece, está bem assim?
- Ótimo! – Trocaram beijos e Emilie saiu fechando a porta.


Rapidamente, Emilie colocou roupas. Abriu a porta para os pais de Camille meio ofegante . Ela os convidou a entrar e quando eles perguntaram pela filha, respondeu que estava no banho. Minutos depois, Camille aparece na sala.

- Minha filha! Viemos aqui te buscar. Não agüentamos ficar longe de você! – Disse o pai. 
- Não deve ter sido difícil para você ficar tanto tempo longe da mamãe e do papai? – Falou a mãe.
- ...Foi... – Respondeu desanimada.

Emilie ficou assustada com o que acabara de ouvir.

- Obrigada por cuidar da nossa filhinha. – Disse o pai.
- Foi um prazer. – Respondeu Emilie sorrindo.
- Bem, estamos indo. – Disse a mãe. – Tchau.

Elas se despediram com abraços. Quando já estavam no térreo, Camille mentiu dizendo ter esquecido uma coisa no apartamento. Ao abrir a porta, Emilie ganha um beijo ardente de despedida. E um até amanhã.

Capítulo 7 - Fim

2 comentários:

  1. Coitada da Emilie ><
    Ao menos agora vai ser feliz com a camille :)
    Porque é que os pais têm seeeeempre que estragar tudo? ><
    Obg pelo cap ^^

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    1. Pois é... A tristeza já passou, tá na hora de ser feliz né?
      Obrigada por comentar o/

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